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Cidades
Quarta - 05 de Dezembro de 2012 às 19:30

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O Tribunal do Júri do Fórum de Cuiabá absolveu nesta quarta-feira (5), por maioria dos votos, uma delegada e dois policiais civis acusados de matar um garimpeiro em 1986. O júri entendeu que a delegada "não concorreu para a prática criminosa". Já em relação aos policiais, o júri não reconheceu que eles "teriam disparado contra a vítima". A sessão de julgamento foi presidida pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira.

A delegada atua, no momento, em Nova Monte Verde, a 920 quilômetros de Cuiabá. Entre os dois policiais absolvidos, um trabalha na diretoria da Polícia Civil e o outro está em tratamento psiquiátrico. Um terceiro denunciado só será julgado em fevereiro de 2013.

De acordo com a Polícia Civil, os quatro acusados não foram afastados dos cargos e a Corregedoria da instituição também concluiu, em processo administrativo, que eles não foram culpados pelo crime.

Segundo consta no processo em tramitação na 1ª Vara Criminal de Cuiabá, na época do crime, os acusados trabalhavam na Delegacia do bairro CPA 3, na capital. Os policiais foram acusados de executar a vítima a pedido da delegada, na Serra de São Vicente, na BR-364. Após o crime, foi instaurado inquérito para apurar o caso, mas o Ministério Público Estadual (MPE) pediu o arquivamento do caso por falta de provas. O corpo da vítima foi encontrado às margens da rodovia por um motorista que passava pelo local.

O caso só foi reaberto durante a investigação de um outro assassinato em que a delegada aparecia como suspeita. Em depoimento, os acusados entraram em contradição por diversas vezes. Conforme o processo, a vítima teria sido levada para a delegacia onde foi pressionada a confessar o crime de tráfico de drogas. "A denunciada determinou aos agentes policiais civis ali presentes que fossem atender a uma ocorrência (inexistente), para que não presenciassem a retirada da vítima daquela delegacia pelos demais denunciados, em um veículo Fusca, a mando da denunciada até a localidade de São Vicente, onde foi executada a tiros", diz trecho da ação.

Uma das testemunhas contou durante depoimento que a acusada era proprietária de um veículo com as mesmas características do usado por dois investigadores no dia do crime. Outra testemunha relatou que no dia 22 de novembro de 1986 estava de plantão na delegacia e que a vítima tinha sido presa por outros três agentes que também estavam de plantão. Alegou que não soube da liberação da vítima porque a delegada não permitia o acesso e que ouviu comentários de que os três policiais acusados tinham cometido o assassinato.

Além disso, essa mesma testemunha disse que a vítima tinha sido presa com vários objetos de valor e dinheiro, que teriam desaparecido na delegacia. "A delegada tinha por hábito determinar ao agentes que imobilizassem presos para que ela pudesse espancá-lo, visando ‘arrancar confissão"", conforme trecho do depoimento.

De acordo com a Polícia Civil, os quatro acusados não foram afastados dos cargos e a Corregedoria da instituição concluiu o processo administrativo. No procedimento, a polícia entendeu que eles não foram culpados pelo crime.





Fonte: Do G1 MT

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