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Polícia
Segunda - 10 de Dezembro de 2012 às 20:46

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Dom Pedro saiu de casa escoltado por agente da PF (Foto: Camila Nalevaiko)
Dom Pedro saiu de casa escoltado por agente da PF (Foto: Camila Nalevaiko)
A Polícia Federal vai investigar as denúncias de ameaças de morte contra o bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga, de São Félix do Araguaia, a 1.159 quilômetros de Cuiabá. Ele deixou a casa em que vive após ter recebido ameaças por conta do processo de desocupação da Terra Indígena de Marãiwatsédé, que será gradualmente entregue aos xavantes a partir desta segunda-feira (10).

O coordenador da operação e secretário da Presidência da República, Nilton Tubino, informou que a PF abriu um inquérito para apurar o caso. “Foi aberto um inquérito para tentar investigar a origem [ das ameaças]. Esporadicamente, os funcionários da Funai também têm recebido ameaças”, disse.

Tubino afirmou ainda que um delegado da PF foi requisitado para comandar as investigações. O G1 apurou que Casaldáliga e mais um padre deixaram São Félix do Araguaia na madrugada da última sexta-feira (7), por volta das 5h, escoltados por um agente da Polícia Federal. O policial fez a segurança dos religiosos até o aeroporto da cidade. Em um voo fretado, Casaldáliga e o padre seguiram até Brasília.

No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, os dois religiosos foram recebidos por outra equipe da Polícia Federal que não informou ao G1 se os religiosos permaneceram na capital federal ou se seguiram para outra localidade.

A saída do religioso de São Félix do Araguaia foi recomendada pela Polícia Federal também pela vulnerabilidade da residência de Dom Pedro. A PF temia que a residência simples e sem muro facilitasse o acesso dos autores das ameaças até o religioso que sofre do ‘Mal de Parkinson’ e está com a saúde debilitada. Casaldáliga se aposentou da igreja em 2005 e na Ditadura Militar (1964-1985) também foi ameaçado, perseguido e chegou a ser confundido com outro religioso que foi assassinado no lugar dele.

Confronto

Desocupação de terra indígena tem confronto entre polícia e produtores (Foto: Reprodução/TVCA)

Desocupação de terra indígena teve confronto entre polícia e produtores (Foto: Reprodução/TVCA)

A primeira ação de desocupação nesta segunda-feira (10) na região terminou em confronto entre um grupo de produtores rurais e policiais. O incidente foi o primeiro desde que iniciou a operação para retirada dos ocupantes não índios da reserva Marãiwatsédé, no nordeste do estado, reconhecida como de propriedade dos índios xavantes.

Uma agricultora passou mal durante a manifestação e desmaiou. Um policial da Força Nacional de Segurança ficou ferido. A confusão durou cerca de 30 minutos e foi registrada em uma propriedade distante 20 quilômetros do distrito de Posto da Mata, onde vive boa parte das famílias obrigadas a deixar a região.

Homens do Exército e das policias Federal e Rodoviária estão na comunidade de Posto da Mata para cumprir a determinação da Justiça. Os posseiros mantêm desde a última semana bloqueios nas rodovias BR-158 e 242. Pelo plano de desocupação, os grandes proprietários terão que sair primeiro da área e serão seguidos pelos pequenos produtores. O governo federal enfatizou que as famílias não serão indenizadas.

O Incra diz que possui quatro áreas para reassentamento das famílias. Uma delas fica no município de Ribeirão Cascalheira, a 883 quilômetros de Cuiabá, com capacidade para abrigar 250 famílias. Polícia monitora posseiros e afirma que vai coibir um possível confronto durante o cumprimento decisão judicial ao apreender armas na região.





Fonte: Do G1 MT

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