Maduro, 50 anos, acompanhou Chávez na madrugada desta segunda-feira ao abordar um avião que o levou a Havana, onde se submeterá nos próximos dias à quarta operação contra um câncer diagnosticado em 2011. No sábado, o presidente anunciou que a intervenção era "absolutamente imprescindível" devido ao aparecimento de células malignas na mesma área onde está o câncer.
Neste ato, apontou Maduro a assumir a presidência interina e ser candidato da situação às eleições que deverão ser convocadas em 30 dias, caso Chávez fique "incapacitado" de governar após a cirurgia. O vice-presidente já tinha apoiado os candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, governista), uma atitude que Chávez costuma adotar, mas esta foi a primeira vez após a nomeação do presidente.
"Chávez tem um povo, tem a nós e nos terá sempre nesta batalha de vitória em vitória com nossa lealdade", disse Maduro, visivelmente emocionado, chegando a ficar sem voz em alguns momentos. "Vamos superar com coragem, com amor, com oração esta circunstância que estamos vivendo", acrescentou. "Viva Nicolás", gritou uma mulher entre os presentes.
O governo trata com absoluto sigilo os detalhes do câncer de Chávez, cuja localização se desconhece e cujo tratamento vem fazendo quase exclusivamente em Havana, afastado dos meios de comunicação. O presidente, de 58 anos e 14 à frente do país com as maiores reservas mundiais de petróleo, não antecipou nenhuma data para seu retorno. Em 10 de janeiro, deve reassumir o cargo após sua reeleição, em outubro.
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