Cuiabá: vice-presidente da câmara diz que só volta após esclarecimentos

 Além de ingressar com Mandado de Segurança com pedido de liminar para anular a eleição da presidência da Câmara de Cuiabá, o vice-presidente da Mesa Diretora, Onofre Junior (PSB), encaminhou uma cópia de sua ação ao Ministério Público Estadual (MPE), que investiga supostas irregularidades na gestão do ex-presidente João Emanuel (PSD).

 

"Como o MPE investiga uma série de questões relacionadas à Câmara, fiz questão de informá-los", declarou o parlamentar. Ele presidiu o Legislativo Municipal por menos de uma semana, depois que a Justiça determinou o afastamento de João Emanuel. Como o social democrata deixou o cargo no último dia 3, foi realizada uma eleição para a presidência na sessão seguinte.

 

Desde então, Onofre deixou de comparecer às sessões da Casa. De acordo com ele, adotou essa postura por não reconhecer Júlio Pinheiro (PTB) como presidente da Câmara. O parlamentar explica que, somente depois que a Justiça esclarecer os fatos, voltará a atuar no plenário do Legislativo Municipal.

 

Sua ação é embasada no parecer dos procuradores jurídicos da Câmara, que se basearam no artigo 23 do Regimento Interno da Casa, que prevê a sucessão direta entre os cargos da Mesa Diretora. Desta forma, ele seria naturalmente alçado ao comando do Legislativo após a saída de João Emanuel, sendo necessária apenas uma eleição para o cargo de segundo vice-presidente.

 

Ainda, ele externa a preocupação com a forma que se deu o pleito, indicando possíveis ameaças a servidores e parlamentares. Este foi um dos motivos que o levou a entregar a cópia da ação ao MPE, já que as investigações deflagradas com a Operação Aprendiz, apontaram indícios de irregularidades na gestão do petebista.

 

Quanto à ameaça de pedido de sua destituição, por ter ingressado com o Mandado de Segurança, Onofre declarou-se tranquilo. "Façam-me o favor. Só quero saber o real motivo do pedido", disse aos colegas.

 

Apesar das duras críticas disparadas contra ele na sessão de ontem, o vice-presidente afirmou que não sofre pressão por parte dos colegas e que cada um faz aquilo que acha certo.