Pais do jovem torturado e estuprado no Pomeri pedem uma indenização
A família do adolescente de 16 anos torturado e estuprado no Centro Socioeducativo do Complexo Pomeri ingressou na Justiça pedido de indenização contra o Estado no valor de R$ 500 mil. A alegação é de que houve negligência na proteção do menor de idade. O agente da unidade Adão Baça Hermoza se entregou à polícia nesta segunda-feira (10).
Hemoza teve prisão temporária decretada pela Justiça e está detido na Politec. Ele é suspeito de permitir que cinco adolescentes que cumprem medida socioeducativa no Pomeri agredissem o garoto de 16 anos.
A investigação policial ponta que o agente teria aberto a tranca da cela onde os adolescentes estavam e presenciou a tortura e o estupro. A diretora e o gerente de internação da unidade foram afastados dos cargos por 30 dias.
O delegado titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), Paulo Araújo, disse ao G1 que o caso é complexo porque os depoimentos prestados pelos agentes e adolescentes se chocam.
“Os adolescentes são claros e unânimes quando apontam que o Adão abriu a tranca da cela. O depoimento dos agentes só se confirma entre eles, mas não casa com o que os adolescentes disseram”, afirmou o delegado ao G1.
Está marcado para esta quarta-feira (12) uma acariação entre os cinco agentes orientadores investigados no inquérito policial. A intenção é de que eles contem ao delegado o que aconteceu na unidade no dia 24 de outubro.
O advogado do agente Adão Baça Hermoza informou ao G1 que seu cliente não fez nada de irregular. Adolfo Grassi disse ainda que a determinação de prisão foi uma surpresa porque Adão "é servidor público e não tem o menor interesse em fugir". Grassi revelou que ingressou com um pedido de revogação de prisão que será analisado pela Justiça. "Ele é o mais interessado em esclarecer os fatos".
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