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Cidades
Quinta - 20 de Dezembro de 2012 às 13:09

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O delegado Paulo Alberto Araújo, titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), pediu a prisão preventiva de nove agentes orientadores do Centro Socioeducativo de Cuiabá, antigo Complexo do Pomeri, suspeitos de tortura e formação de quadrilha, entre eles da diretora da unidade e do gerente de internação masculina da instituição.

Conforme a Polícia Civil, eles são suspeitos de permitir que outros adolescentes que cumprem medida socioeducativa na unidade entrassem no quarto de dois menores para abusar sexualmente deles e torturá-los. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça nesta quarta-feira (19). A polícia informou que os agentes foram afastados por 30 dias, pela prática de prevaricação, no decorrer das investigações.

Apenas adolescentes de unidade socioeducativa de Cuiabá vão votar (Foto: Edson Rodrigues/Secom)

Agentes teriam aberto as portas dos quartos para permitir a entrada de outros adolescentes (Foto: Edson Rodrigues/Secom)

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado (Sejudh) informou, por meio de assessoria, que a diretora e o gerente foram afastados das funções e que o caso está sob a responsabilidade da Justiça estadual.

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (Sindspen), João Batista, o afastamento da diretora e do gerente foi um abuso. "A promiscuidade entre os adolescentes é comum, independente dos agentes. Foi uma negligência e abuso por parte da Sejudh", declarou.

Segundo o delegado, a diretora quanto o gerente dificultaram o acesso de informações requeridas pela Polícia Civil. “Todos eles tiveram sua participação”, afirmou. Um dos nove suspeitos é um agente que seria o responsável por abrir a porta do quarto para a entrada de outros internos no quarto das vítimas. Adão Baça Hermoza está preso.

As vítimas alegaram em depoimento que Hermoza abriu a tranca da cela onde o grupo estava e também teria presenciado a sessão de tortura que incluiu chutes, murros, pontapés e queimaduras com ferro quente. A vítima chegou a ficar inconsciente na cela. A defesa dele, no entanto, nega a denúncia.

O caso começou a ser investigado após denúncia de estupro e tortura de um menor de 16 anos de que teria sido abusado na noite do dia 24 para 25 de outubro deste ano. O adolescente foi apresentado a DEA, no dia 25 de outubro, para registrar um boletim de ocorrência de estupro e lesão corporal grave. A partir dessa denúncia foi descoberto outro caso de estupro de um menor de 14 anos, em Cáceres, a 250 km da capital, violentado entre o dia 17 para 18 de outubro, no mesmo quarto.

Ao todo, seis adolescentes internos teriam participado da sessão de tortura e estupro contra o menor de 16 anos. Conforme a polícia, três confessaram o estupro e três afirmaram participar da tortura. No quarto havia cinco adolescentes e um sexto teria sido levado de outra ala para participar da violência sexual e espancamento. Segundo os adolescentes, a agressão foi motivada porque o adolescente denunciou o fato ao pai.

Após as denúncias, os menores foram transferidos. O inquérito policial com mais de 20 pessoas ouvidas.





Fonte: Do G1 MT

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