CPI da Funai está encontrando resistência na Câmara Federal

Mal começou a coleta de assinaturas visando a instalação de uma CPI para investigar a Fundação Nacional do Índio (Funai) na Câmara Federal e a proposta já enfrenta resistência de integrantes da bancada mato-grossense. O deputado Wellington Fagundes (PR) discorda veementemente da ideia e contrapõe o colega de Mato Grosso o deputado Nilson Leitão (PSDB), que é um dos líderes do movimento em favor da CPI.

Wellington garante que este não é o caminho para evitar a suposta falta de transparência nas demarcações feitas pela entidade. Também não seria a solução para disputas e conflitos por terra entre produtores e indígenas como ocorre na gleba Suiá Missu, em Alto Boa Vista. Ele lembra que houve uma CPI da FUNAI na Câmara Federal e praticamente não deu em nada.

O republicano também acredita que a Funai não tem culpa pelo despejo de 7 mil pessoas que, há 30 anos, residem na gleba, mas sim o Governo Federal e do Congresso Nacional. Ele lembra que a terra foi declarada pertencente aos Xavantes via decreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Já o Congresso teria sido omisso. “Acho que neste aspecto existe uma omissão do Congresso sim, porque deixar a demarcação de terras ser feita por decreto, eu não vejo que isso é bom para o país”, avalia.

Wellington sugere que a solução seria o Congresso propor uma Emenda Constitucional para regulamentar as demarcações de terras indígenas. Ele alerta que a decisão de criar a reserva naquele local vai ser ruim para a expansão econômica do país, pois a região tem capacidade de produzir tudo o que há em todo o Mato Grosso, ou seja, 100 milhões de toneladas de grãos.

“A reserva foi construída em cima da BR-158, em uma região de fronteira agrícola de expansão, portanto vai ser um impeditivo inclusive para estradas. O país vai ter que gastar um bom dinheiro a mais para fazer o desvio da reserva e quem vai pagar essa conta seremos todos nós”, prevê. Segundo Wellington, o fato do atual Governo aceitar que isso ocorra demonstra que ele submisso aos interesses internacionais.