A primeira reportagem da série traz o mistério do caso ‘Amanda Correia’. Segundo a polícia, um dos mais intrigantes nos últimos tempos no Espírito Santo. A jovem de 15 anos desapareceu há exatos 135 dias, completados nesta quarta-feira (26), em Castelo, Sul do estado. De acordo com a família, ela saiu de casa às 18h do dia 11 de agosto e disse que iria com uma amiga para uma casa de shows no bairro Bela Vila e nunca mais voltou.
A família tenta enfrentar as diferenças dentro de casa, além das mudanças nos rumos da investigação. O delegado que estava à frente do caso foi substituído. “Sem a minha filha, o cheiro da casa, o cardápio, os programas de TV e a nossa alegria mudaram por não tê-la ao nosso lado. Ainda acredito que tudo vai voltar a ser como era antes. Ela não me disse que amiga era essa. Amanda tem muitas amizades e todo final de semana saía para alguma festinha, para mim foi tudo normal e por isso não me preocupei em fazer perguntas”, disse a mãe da jovem, a doméstica Elisa Regina Correia, de 41 anos.
O titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, Sérgio Mello, informou ao G1 que o sumiço da jovem é ‘intrigante’, mas a polícia nunca deixou de investigar. “Não temos um dado concreto e a cada hora, dia, semana e meses que se passam perdemos detalhes que podem ajudar. Quebramos o sigilo telefônico da jovem e tivemos acesso a sua conta de telefone, com todas as ligações recebidas e realizadas. Tudo o que tínhamos já se esgotou”, explicou.
Nos primeiros dois meses de desaparecimento da adolescente, o delegado Robson Vieira era quem estava comandando o Distrito Policial de Castelo. Quando respondia pela delegacia de Castelo, disse ao G1 que o caso de Amanda foi o mais complicado de toda a sua carreira como delegado. “Faltavam informações concretas. Todas as pessoas que se relacionavam com a jovem foram ouvidas mais de duas vezes. Saímos várias vezes da delegacia para apurar algumas informações no interior da cidade, e nada”, comentou.
Em setembro, Vieira disse que torpedos do celular de Amanda foram enviados para duas amigas na noite de seu sumiço, mas as meninas apagaram o conteúdo assim que leram as mensagens. “Elas disseram que a jovem mandou as mensagens por volta de 0h40, já de domingo, ou seja, dia 12. O conteúdo das mensagens era o mesmo para as duas, só não sei ao certo as palavras usadas, já que as meninas apagaram o torpedo. Amanda disse que estava muito triste, chorando e que tinha bebido. Segundo as meninas, a jovem não disse com quem e onde estava”, contou Vieira ao G1 no dia 10 de setembro.
Atualmente, o delegado Marcelo Ramos está à frente do Distrito Policial de Castelo e conduz as investigações sobre o caso da adolescente. Por telefone, Ramos disse que está empenhado e que mantém contato constante com a família da jovem. “Prefiro não passar muitos detalhes sobre este caso para não atrapalhar os nossos trabalhos, posso adiantar que estamos trabalhando forte neste assunto”, disse o então delegado do município.
Amanda está desaparecida há quatro
(Foto: Divulgação/Família)
Família
A mãe da adolescente já não sabe o que fazer. Para ela, basta acreditar. “Mãe é mãe e não tem jeito, sofre no nascimento do filho, durante seu crescimento e até a morte. Ficarei aqui, sempre acreditando que Amanda vai chegar a qualquer momento. Esse é o meu maior desejo”, desabafou Elisa.
De acordo com a mãe da jovem, a casa está do mesmo jeito há três meses. Em janeiro, a família está pensando em reformar alguns cômodos da casa, inclusive o quarto de Amanda. “Vamos colocar as coisinhas dela no guarda roupas, colocar um plástico ou pano em cima do computador. Quando Amanda voltar, vai encontrar tudo limpinho e arrumadinho. Estou muito ansiosa para esse momento e aí vou voltar a ser feliz”, disse.
Serviço
Delegacia de Pessoas Desaparecidas
Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, Vitória, Chefatura de Polícia, nº 2290
Telefone: 3137 9065
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