Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Internacional
Quinta - 03 de Janeiro de 2013 às 05:57

    Imprimir


A Venezuela continua à espera de novidades sobre o estado de saúde do presidente do país, Hugo Chávez, enquanto a oposição exigiu nesta quarta-feira que o governo fale a "verdade" sobre a situação do líder, hospitalizado em Cuba desde que foi operado na ilha em 11 de dezembro.
Faltando pouco mais de uma semana para a data da posse de Chávez, marcada para 10 de janeiro, a população da Venezuela só sabe do estado de saúde de seu governante por meio dos poucos informes do governo, que descrevem seu quadro como "delicado".

Chávez, de 58 anos, está no poder desde 1999 e foi reeleito nas eleições de outubro do ano passado. Depois que o vice-presidente, Nicolás Maduro, destacou ontem em uma entrevista para o canal "Telesur" o compromisso do governo venezuelano de informar "sempre com a verdade, por mais dura que ela fosse", a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) exigiu hoje que a promessa fosse cumprida.

"O governo tem a obrigação de informar o país com a verdade. Esse é seu compromisso, essa sua promessa", disse o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, em entrevista coletiva.

"Nossa exigência que se diga a verdade é elementar e se deve ao fato de que quando o doente é um chefe de Estado que acaba de ser reeleito para um novo mandato há implicações que afetam toda a nação", acrescentou o dirigente da plataforma que aglutina a grande maioria dos partidos de oposição na Venezuela. "Exigimos que se diga a verdade ao país", insistiu.

Chávez se encontra em Cuba após realizar uma operação em função de um câncer que não se sabe exatamente a localização, apenas que se encontra na região pélvica.

De acordo com a última informação divulgada pelo governo, o presidente sofreu novas complicações em seu processo de recuperação e continua em situação "delicada". No entanto, segundo o genro do governante e ministro de Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza, Chávez passou uma segunda-feira tranquila.

Na entrevista para a Telesur, Maduro não deu mais detalhes sobre a saúde do presidente, mas assegurou que Chávez está com "uma força gigantesca" e que segue "lutando".

Enquanto os venezuelanos esperam que o vice-presidente, definido por Chávez como seu sucessor político antes de partir para Cuba em dezembro, retorne hoje e dê novas informações sobre a saúde do líder, o país segue cumprindo os trâmites para a posse de 10 de janeiro.

O presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) venezuelana, Diosdado Cabello, convocou para o dia 5 de janeiro a sessão inaugural do período legislativo e de eleição da direção da casa para o ano de 2013.

A mudança da liderança na Assembleia vai ocorrer cinco dias antes que se inicie o mandato de 2013-2019, para o qual Chávez foi reeleito no pleito de 7 de outubro.

A incerteza diante da cada vez mais difícil possibilidade do líder estar em Caracas em 10 de janeiro abriu uma discussão sobre as soluções constitucionais para essa situação. Uma delas é que o novo presidente do Parlamento assuma a chefia de Estado enquanto são convocadas novas eleições.

Aveledo disse hoje que a escolha da nova junta diretora do Parlamento é "muito séria" pelas circunstâncias, ao lembrar que o novo presidente do Legislativo "pode ser o encarregado da presidência da República por um tempo".

O artigo 231 da Constituição prevê que o candidato eleito nas eleições presidenciais tome posse em 10 de janeiro mediante juramento perante a Assembleia Nacional.

"Se por qualquer motivo não puder tomar posse perante a Assembleia Nacional, fará isso perante a Suprema Corte de Justiça", acrescenta o texto.

O artigo 233 estabelece que em caso de falta absoluta do presidente eleito antes de tomar posse, será realizada uma nova eleição no prazo de 30 dias.

Para a oposição é claro que se o presidente não se apresentar devem ser convocadas novas eleições, enquanto para o chavismo a possibilidade de que o governante eleito faça o juramento diante do Supremo sem que se determine alguma data abre a possibilidade de mudar essa situação.

"Para nós no dia 10 começa um novo período constitucional. Se o presidente não pode realizar seu juramente neste dia, quem fará isso será o presidente da Assembleia Nacional", defendeu Aveledo.
 





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/24191/visualizar/