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Polícia
Domingo - 06 de Janeiro de 2013 às 15:10

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Dados da Polícia Judiciária Civil apontam que em dois anos cerca de dez comunicações falsas de sequestros foram registradas e geraram investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado. Para o delegado Flávio Henrique Stringueta, chefe da unidade especializada, o falso sequestro causa prejuízos à polícia, que deixa de apurar ocorrências verdadeiras para trabalhar no esclarecimento de uma ‘brincadeira" inconsequente. "Quando uma vítima está sob o domínio de sequestradores, a polícia passa a trabalhar 24 horas ininterruptas. Todos os policiais da unidade especializada são mobilizados para o caso, mesmo nos falsos", explicou, por assessoria.
De acordo com a polícia, este tipo de crime é um dos mais difíceis de apurar, pela sua complexidade e tensão que envolve toda a equipe policial.

A notícia de uma professora, 28 anos, que inventou que foi sequestrada por engano, achando que era filha de uma juíza, desencadeou uma série de pedidos à Segurança de proteção a filhos de magistrados. O caso ocorreu em julho de 2011. Na ocasião, ela narrou ter sido sequestrada e sofrido violência sexual. Tudo com objetivo de chamar a atenção do namorado, conforme as investigações descobriram depois.

Em outro caso falso, ocorrido em fevereiro de 2012, uma jovem da região de Barra do Garças, conheceu uma rapaz por um site de relacionado social e usou a página para dizer que estava sequestrada. A moça criou a história para não se encontrar com ele, que tinha marcado em Cuiabá. A Polícia Civil descobriu que ela havia colocado uma foto de outra pessoa e inventou o sequestro porque não queria que o rapaz a conhecesse.

Outra situação foi o falso sequestro de uma adolescente, 16 anos, em junho do ano passado. Ela forjou a história depois de um desentendimento com a mãe. A menina mandava mensagens ao celular do pai dizendo estava "apanhando" dos sequestradores e, posteriormente, mandou mensagens informando que estava em Campo Grande (MS). Os policiais descobriram a farsa e a menina foi localizada escondida na casa de uma amiga, no bairro Carumbé, em Cuiabá. Ela respondeu ato infracional de comunicação falsa de crime, na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).

Segundo delegado Flávio Henrique Stringueta, geralmente, a descoberta de que tudo não passa de uma farsa é rápida, devido ao alto grau de especialização dos policiais que atuam na Gerência. "A simulação de sequestro só traz prejuízo à polícia, que acaba desviando a atenção de investigações complexas para um crime que na verdade é falso", diz.

Para o delegado, uma história falsa de crime nunca consegue atingir todos os graus de verossimilhança do fato. "Temos que desenvolver quase que o mesmo tipo de trabalho de um sequestro pra mostrar à família que a pessoa não está sequestrada. Um trabalho com uma finalidade inversa", afirma. "O trabalho é o mesmo de um sequestro verdadeiro, só que com menos estresse porque a gente sabe que não tem ninguém sequestrado e nem uma vida em jogo", finaliza.

 






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