O presidente venezuelano, Hugo Chávez, internado desde dezembro em Cuba para o tratamento de um câncer, não participará da cerimônia de posse de seu novo mandato, programada para acontecer nesta quinta-feira, dia 10, informou o governo venezuelano. A informação foi transmitida pelo presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, em uma carta assinada pelo vice-presidente nesta terça-feira (8), segundo o jornal local "El Universal".
A venezuela enfrenta um clima de incerteza política desde que o presidente viajou para Cuba para realizar uma cirurgia para a retirada de um tumor, em 11 de dezembro. É o quarto procedimento do tipo do líder do país, que se reelegeu para seu terceiro mandato no final do ano passado.
O governo não informa com detalhes o estado de saúde de Chávez, e o último boletim divulgado dizia que ele está “assimilando” o tratamento contra uma insuficiência respiratória, embora ainda não tenha apresentado nenhuma melhora no quadro de saúde.
A oposição venezuelana pediu aos presidentes da América Latina que não aceitem a intenção do governo de adiar a posse de Chávez em seu novo mandato.
A Constituição venezuelana prevê que o mandato presidencial começa em 10 de janeiro, e a oposição exige o cumprimento dessa norma, defendendo que uma junta médica defina se Chávez tem condições de assumir ou se novas eleições devem ser convocadas. O governo alega que Chávez já é o presidente em exercício e que a posse é uma formalidade que pode ser adiada.
Além do mais, os chavistas conclamaram a população para que saia às ruas na quinta-feira em apoio ao dirigente socialista. O presidente da Bolívia, Evo Morales, seu colega uruguaio, José Mujica, e o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, estão entre as autoridades esperadas em Caracas nessa data.
"Com o maior respeito, peço aos nossos presidentes da América Latina para que não se prestem ao jogo de um partido político", disse nesta terça-feira o líder oposicionista Henrique Capriles em entrevista coletiva.
"Digo isso ao(s) presidente(s) (do Equador, Rafael) Correa, (da Colômbia, Juan Manuel) Santos, (da Argentina, Cristina) Kirchner, Dilma (Rousseff, do Brasil), Evo Morales. Não se prestem a um jogo de uma interpretação distorcida que um partido político quer adotar diante da ausência do presidente da República."
Capriles apontou um grande risco. "O cenário de ignorar a Constituição e da anarquia não convém a ninguém na Venezuela", disse o político, que foi derrotado por Chávez na eleição presidencial de outubro, embora tenha obtido sólidos 44 por cento dos votos.
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