"A situação humanitária destas pessoas é realmente terrível", declarou à imprensa John Ging, funcionário do Departamento de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), ao expor a situação aos quinze membros do Conselho de Segurança.
Ging explicou que 450.000 pessoas fugiram de suas casas no estado de Kordofan do Sul e outras 230.000 de Nilo Azul, enquanto há 205.000 refugiados na Etiópia e no Sudão do Sul.
Também denunciou que, por causa da intensificação do conflito na fronteira entre Sudão e Sudão do sul, "não temos acesso" a essas zonas, "não podemos ajudar", o que "não é aceitável".
Ging ressaltou que "a situação é urgente", já que ambas as partes não têm vontade política de "facilitar o acesso" das agências da ONU para fornecer ajuda humanitária aos afetados.
Por isso, o funcionário pediu o apoio do Conselho de Segurança para motivar ambas as partes a deixar a retórica e facilitar a chegada e distribuição de ajuda humanitária.
"Só necessitamos do sinal verde para começar nossas operações. Não podemos começar se não permitem o acesso, porque é uma zona de conflito", disse o funcionário.
Ging acrescentou que as pessoas que fogem falam de bombardeios aéreos e que as pessoas está recorrendo a "raízes e folhas" para sobreviver.
O conflito na região envolve os rebeldes do Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte (SPLM-Norte), que diz defender as minorias da região, com o governo sudanês, que acusa esse grupo de atuar sob as ordens do Sudão do Sul.
O Sudão do Sul se tornou independente em julho de 2011, mas desde então os dois países vem mantendo enfrentamentos políticos e militares na fronteira entre os dois territórios.
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