Nessa primeira entrevista, bem detalhada, a uma TV brasileira, PSY declara: quer vir ao Brasil, conhecer nosso carnaval.
O Fantástico encontrou o PSY em uma produtora de vídeo, em uma cidade perto de Los Angeles, onde ele está gravando mais um comercial para a TV americana.
Ele não entende português. A maioria por aí também não sabe coreano e muito menos o que diz a letra da música ‘Gangnam Style’. Mas o que importa? Na hora de fazer a tal dancinha do cavalo, todo mundo se entende. Todo mundo mesmo.
Desde que lançou ‘Gangnam Style’, em julho de 2012, o sul coreano Jai-Sang Park, o PSY tem feito multidões dançarem no mesmo ritmo, numa coreografia que ele criou depois de observar vários animais, até que decidiu se inspirar no cavalo.
Quanto tempo durou este estudo? “Um mês para encontrarem o elemento certo”, ele conta.
E o que era para ser um sucesso na Coreia do Sul caiu na internet e ganhou fãs e paródias em países de todos os continentes. O número de visualizações do clipe crescia mês a mês. Até que, em dezembro, o clipe da música atingiu 1 bilhão. Agora, já são quase 1,2 bilhão de acessos, marca nunca alcançada por qualquer outro astro pop.
Se não dá para competir, melhor é entrar na brincadeira. Foi o que fizeram, por exemplo, Madonna e Britney Spears. Até o secretário-geral das Nações Unidas, o também sul-coreano Ban Ki-moon, se rendeu.
No Brasil, não foi diferente. O cantor é sucesso de Norte a Sul. Dos fãs de pagode e sertanejo, ao Ronaldo Fenômeno, que aprendeu a dançar no Medida Certa! Na internet e na TV.
"Eu nunca sonhei, nunca passou pela minha cabeça nada parecido com isso, especialmente no Brasil", diz o cantor.
Está uma onda de boatos de que o PSY passaria o Carnaval em Salvador. Será? "Estamos tentando, ainda não fechei o contrato e eu adoraria ir. Eu sei que existem muitas mulheres bonitas, especialmente no samba, e se eu tiver a felicidade de encontrá-las, eu poderia fazer um ‘Opa samba style’”, brinca.
Mas afinal? E este tal ‘Gangnam Style’? Ou melhor, o estilo ‘Gangnam’. O que significa? Esse é o nome de um bairro de Seul, capital da Coreia do Sul. Foi lá que cantor PSY nasceu. "Eu conto na letra da música que o bairro é calmo durante o dia e maluco à noite”, ele explica.
Mas será que é isso mesmo? O Fantástico foi desvendar o lugar tomado por prédios gigantescos e letreiros. Para uma moradora, é um bairro luxuoso, fabuloso, elegante e famoso.
Mas se você pensa que a letra da música, que pouca gente por lá entende, foi feita para vangloriar Gangnam, pode estar errado. O que PSY faz é ironizar o modo de vida de alguns moradores de lá, gente cheia de dinheiro, que gosta de esbanjar. E, como diz PSY, quem não tem grana, só pode imitar os ricos.
O estilo ‘Gangnam’, então, seria o de pessoas que vão a um parque e se comportam como se estivessem na praia, que andam de carrossel como se fizessem um passeio a cavalo, e que gostariam de ter um carrão, mas têm que encontrar a namorada de metrô.
Ela nega que seja uma crítica. "É uma brincadeira para dizer que eu sou sexy, ou que eu sou normal durante o dia, e doidão à noite. Eu sou esse tipo de pessoa, tenho esse estilo e quero que as garotas sejam assim também", explica PSY.
Um grande deboche, bem diferente da maioria das músicas, virou fenômeno mundial: o k-pop, o apelido do pop sul-coreano. Lá, o assunto é tão sério que existe até escolas especializadas para formar novos ídolos, de onde sai a maioria das bandas de garotos e meninas que fazem sucesso por lá e em outras partes do mundo.
PSY também estudou na escola, mas estava longe de ser um aluno aplicado. "Eu tinha uns 19, 20 anos. Mas 9, 10 da manhã era cedo demais para mim", lembra.
Desistiu. Hoje, aos 35 anos, casado, pai de gêmeas, ele provou que não é necessário seguir nenhuma cartilha. Nem é preciso ter um corpo musculoso, um rosto bonito, nem ser jovem para fazer sucesso. Sucesso que também pode acabar rápido, assim como começou.
O repórter pergunta se PSY tem medo do momento em que ‘Gangnam Style’ deixar o topo das paradas. Ele conta que conseguiu fazer outro grande hit na Coreia há 12 anos. E que, na época, todo mundo fazia a ele a mesma pergunta. Agora, ele passa pela mesma situação, mas já não é um jovem inexperiente. “De qualquer forma, estou preparando uma música nova que eu vou lançar em breve, mas eu me preocupo e ando muito estressado com isso”, confessa.
Mesmo que ele ache impossível repetir a façanha, PSY aproveita os cinco minutos de fama, que no caso dele, já se transformaram em seis, sete, oito meses. E que ninguém pode prever quanto tempo vai durar.
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