Governo português afirma que recessão está dentro dos limites previstos
Em um ato de seu partido, o Social Democrata (PSD), realizado no arquipélago de Açores, Passos rejeitou mais uma vez qualquer tipo de comparação entre Portugal e Grécia, e lembrou que o país heleno acumula uma queda do PIB de quase 25% em meia década, em contraste com 4,6% de baixa da economia lusa entre 2011 e 2012.
"Não é verdade que a dimensão da recessão seja maior do que a esperada. Já sabíamos quando pedimos ajuda financeira externa porque tínhamos a consciência de que íamos ter de aplicar medidas de austeridade com efeitos recessivos", ressaltou.
O primeiro-ministro português recalcou que seu governo está decidido a implementar "mudanças profundas e reformas duradouras", que permitam garantir a sustentabilidade do Estado.
Passos assinalou que esta estratégia se inscreve dentro da necessidade de começar a pensar além de junho de 2014, quando Portugal deixará de estar sob a assistência financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.
"É importante dizer a todos os portugueses que se queremos inspirar confiança aos investidores, temos que falar de futuro. É o que querem ver nossos parceiros comunitários e também as agências de classificação de risco", considerou.
ACORDO
Passos Coelho repetiu mais uma vez que Portugal cumprirá com o memorando de entendimento estipulado com a troica (grupo de credores formado pelo FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) em troca de seu resgate, e insistiu que o país "não necessitará de mais dinheiro".
A atualidade política em Portugal está centrada no debate aberto pelo governo conservador luso sobre como o país deve reformar o Estado para economizar em 2014 mais de 4 bilhões de euros e assegurar assim contas públicas saneadas.
A pedido do próprio Executivo, o FMI elaborou um relatório divulgado esta semana no qual recomenda ao país recrudescer as medidas de austeridade através da redução do quadro de funcionários, despedir professores e subir o preço da saúde pública, entre outras propostas.
A reação ao documento não foi a esperada e durante toda a semana, e tanto os partidos da oposição como sindicatos e diferentes organizações sociais se declararam abertamente contra da sentença do FMI.
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