Chamado de "vergonha" por Djokovic, Armstrong vira piada após entrevista
"Livestrong" vira "Liestrong" em ilustração de um
jornal americano (Foto: Reprodução/Chicago Tribune)
Logo após confessar o uso de substâncias proibidas quando competia, em entrevista a Oprah Winfrey, apresentadora de TV americana, o ex-ciclista Lance Armstrong virou assunto nas redes sociais e na imprensa mundial. Em poucas horas, o ex-heptacampeão da Volta da França se tornou alvo de piadas na internet e ganhou charges curiosas. As imagens exploram o narigudo pinóquio, personagem das histórias infantis que a cada mentira via seu nariz crescer, a pulserinha amarela da "Livestrong", agência de combate ao câncer fundada pelo ex-ciclista, que ganhou uma nova palavra: "Liestrong" ("lie", em inglês, significa mentir).
Armstrong ainda recebeu duras críticas de atletas, como o número 1 do mundo no tênis, o sérvio Novak Djokovic: "É uma vergonha para o esporte ter um atleta como ele".
Caricaturas ilustravam o ex-ciclista tropeçando com sua bicicleta nas palavras "verdade" e "doping". Outra, colocava frente a frente Armstrong e Oprah Winfrey, com uma pergunta da apresentadora, questionando sobre o fato da verdade ser revelada só agora: "É a sua consciência sobre os esteroides agora?".
No Twitter e no Facebook, montagens foram feitas com as fotos do americano usando seringas e pílulas para caracterizar o doping. A frase "Ou você morre como um herói, ou vive o suficiente para ver você mesmo virar um vilão" também ganhou destaque com a imagem de Armstrong ao fundo. Até uma charge dos Sete Anões, personagens do conto de fadas "A Branca de Neve", surgiu. O ex-ciclista aparecia como o anão Dunga, "Dopey" em inglês, que significa "tolo", "imbecil", mas também pode ser traduzido como "drogado".
Entenda o caso
Em 1992, Lance Armstrong iniciou sua carreira no ciclismo profissional. Quatro anos mais tarde, ele é diagnosticado com um câncer de testículo, que se espalha para o pulmão e para o cérebro. Após tratamento, o americano recebe a notícia dos médicos que está livre da doença e abre a "Fundação Lance Armstrong", agência para combater o câncer.
De volta às pistas, Armstrong vence a Volta da França - maior competição de ciclismo do mundo - pela primeira vez em 1999 e repete o feito nos próximos seis anos seguidos, se tornando heptacampeão (1999 a 2005). Nesse meio tempo, fica com a medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney 2000. No ano do hepta francês, surgem as primeiras acusações de doping, mas ainda sem provas, e o ex-atleta anuncia a aposentadoria.
Em 2009, Armstrong resolve voltar ao ciclismo. No entanto, três anos depois enfrenta novas acusações de doping, dessa vez de ex-companheiros de equipe. Novamente, ele deixa as pistas. Em 2011, a Agência Antidoping Americana (Usada) o acusa formalmente do uso de substâncias ilícitas, tendo como referência amostras de sangue colhidas entre 2009 e 2010 e depoimentos. Armstrong é banido do esporte pela União dos Ciclistas Internacionais (UCI) e perde os sete títulos da Volta da França. Nesta semana, o Comitê Olímpico Internacional (COI) também retirou a medalha de bronze dos Jogos de Sydney.
Em todos esses anos, Lance Armstrong sempre negou o uso de drogas ilícitas. Mas na última segunda-feira, o ex-ciclista gravou uma entrevista exclusiva para a TV americana, que foi ao ar na madrugada desta sexta-feira, confessando o doping e que mentiu sobre o assunto nos últimos anos.
Comentários