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Nacional
Terça - 29 de Janeiro de 2013 às 21:03

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(Foto: Divulgação/Polícia Civil do Rio
Interior da boate Kiss em foto divulgada nesta terça
Interior da boate Kiss em foto divulgada nesta terça
A polícia de Cruz Alta disse que um dos sócios da boate Kiss tentou se matar na tarde desta terça-feira (29). Segundo a delegada Lylian Carús, Elissandro Spohr usou a mangueira do chuveiro. O policial que fica de plantão no quarto do empresário percebeu a intenção e o impediu. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil. Spohr está com prisão temporária decretada por cinco dias. No domingo (27), 234 morreram na casa noturna de Santa Maria.

"Ele fala que não tem mais vontade de viver, que não se achava em condições de carregar toda essa tragédia nas costas", disse ao G1 a delegada.

Nesta tarde, o médico Paulo Viécile havia declarado que o paciente estava muito abalado. "O psicológico dele está arrasado. O paciente oscila crises de choro com crises de depressão. Chega a ter ideias delirantes, paranóicas. Está bastante comprometido emocionalmente", disse o médico Paulo Viécile. Até a manhã de quarta-feira (30) uma tomografia será realizada no empresário para saber se houve evolução no quadro clínico, mas a principal preocupação da equipe médica agora é tratar a questão psíquica de Sphor.

Aparentemente, segundo o médico, o dano pulmonar em um dos sócios da boate Kiss é leve, mas inspira cuidados. Mantido sob efeito de fortes sedativos, Sphor não tem previsão de alta. Policiais estão de plantão em frente ao quarto do hospital desde que foi determinado o pedido de prisão temporária.

"O sistema respiratório dele está em observação. Ele está muito perturbado emocionalmente. Não tem condições de alta. Qualquer indivíduo na situação dele, tem que estar internado, e é onde ele está", disse o médico.

Para evitar que o estado emocional do empresário se agrave ainda mais, a equipe médica não permite que o paciente tenha acesso ao grande número de notícias veiculadas sobre o caso. "Esta grande possibilidade de culpas e do que pode acontecer fogem um pouco da realidade do que de fato ocorreu lá dentro e entra em choque com a realidade dele˜, explica o médico Paulo Viécile.

Investigação da tragédia
O delegado regional de Santa Maria (RS), Marcelo Arigony, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29) que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado em local fechado, durante o show na boate Kiss, em Santa Maria (RS). O equipamento teria provocado o incêndio que deixou 234 mortos na madrugada de domingo (27).

O delegado Marcelo Arigony elencou uma série de elementos que contribuíram para que a tragédia ocorresse, como falhas na iluminação de emergência, espuma inadequada para recobrir a danceteria, além de extintores irregulares.

Segundo Arigony, o extintor de incêndio que estava na boate e falhou quando os seguranças tentaram apagar o fogo pode ser falsificado.“Segundo testemunhas e provas preliminares, os extintores podem ser falsos, pois não estavam funcionando, não funcionavam direito”, disse.

Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.

Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.

Quatro foram presos nesta segunda-feira após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.

Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.

O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".

Na manhã desta segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.

Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".

A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.





Fonte: Do G1

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