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Política
Terça - 17 de Dezembro de 2013 às 09:14

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 O lema “Labor improbus omnia vincit” (O trabalho árduo tudo vence) foi lembrado pelo deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), pelo bicentenário de nascimento do Barão de Mauá – o brasileiro Irineu Evangelista de Sousa, industrial e político.
 
“Que as novas gerações nele se inspirem, para investir na criatividade empresarial, no espírito inovador e na meta maior da produtividade com consistência e responsabilidade social”, disse o deputado. Para alguns historiadores, o Barão foi precursor de multinacionais, da globalização e do Mercosul.
 
Irineu Evangelista de Sousa nasceu em 28 de dezembro de 1813 na cidade de Jaguarão, fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Órfão de pai aos dez anos, foi levado por um tio para o Rio de Janeiro, onde logo começou a trabalhar em uma pequena loja, em troca de comida.
 
Lembrou o deputado Carlos Bezerra que o Barão de Mauá é tido como ícone da sociedade do Segundo Reinado, empresário audacioso e visionário, que ainda vem sendo objeto de pesquisas recorrentes, que resultaram em filmes, ensaios e biografias, e consolidaram o interesse não apenas por sua figura ímpar, mas também em torno dos aspectos sociais e econômicos do Brasil de então.
 
O contato com o empresário escocês Richard Carruthers foi definitivo: aprendendo inglês em contabilidade, introduzido nos círculos maçom e empresarial, logo foi capaz de assumir em nome do mentor a continuidade de seus negócios no País. Contava, então, apenas 23 anos.
 
Mas o negócio de importação de têxteis e outros manufaturados ingleses logo sofreria o impacto da famosa Tarifa Alves Branco, a qual, para incentivar a indústria incipiente, elevou os impostos sobre a importação de diversos produtos, em valores que chegaram a 60%.
 
Foi nessa circunstância que o jovem Irineu demonstrou seu espírito empreendedor e sua audácia de comerciante. Adquiriu o Estabelecimento de Fundição e Estaleiro Ponta de Areia, em Niterói, que em pouco tempo se tornou a maior empresa de fundição do País. Empregando cerca de mil trabalhadores livres, produziu barcos, navios, canhões, guindastes, caldeiras – um fenômeno em termos de diversidade, bastante inovador para a época.
 
O tamanho do empreendimento logo o projetou para a esfera política, na qual passou a exercer crescente e considerável influência. Foi figura crucial em negociações diplomáticas na bacia do rio da Prata e chegou ao Senado. Entre as décadas de 50 e 60 do século XIX, não era apenas o homem mais rico do País: era mais rico que o próprio País, já que sua fortuna era superior à própria renda total do Império brasileiro.
 
Não por outra razão angariou imensa ascendência e prestígio junto ao Imperador. Sua atuação se multiplicava, mas mantinha o caráter pioneiro e a crença no projeto de industrialização. Responsável pela criação de uma companhia de navegação no rio Amazonas, de uma casa bancária com várias filiais no Brasil e no exterior, e pela construção da primeira ferrovia nacional, ligando Petrópolis ao Rio de Janeiro, terminou por receber o título de Barão de Mauá, em ato de reconhecimento do Imperador D. Pedro II.
 
Foi justamente a estreita ligação com o Estado, que caracterizava de resto a atividade empresarial da época, que o levou à falência e ao ostracismo. Sua trajetória repercutiu as oscilações ocorridas durante o Segundo Reinado, em especial a concorrência de investidores ingleses e a crise monetária de 1875. Falecido poucos dias antes do advento da República, o abolicionista, visionário, pioneiro em tantos setores da indústria brasileira, ainda hoje é lembrado como exemplo de empreendedorismo, engajamento político e grandeza pessoal, destacou Carlos Bezerra.





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