Defesa de assassino não entrega processo e adia audiência de instrução
A primeira audiência de instrução no processo por duplo homicídio qualificado movido pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o ex-soldado de Exército, Jeanderson Xavier Rangel, 24, que estava marcada para a última terça-feira (29) não aconteceu. O motivo, foi a não devolução do processo pela Defensoria Pública Criminal, responsável pela defesa do assassino confesso que na manhã de 1º de novembro de 2012 matou a tiros a ex-namorada Ariely Lopes Vieira, 23, e o filho do casal, Emilton Jorge da Silva Rangel, 4.
Na audiência deveriam ser ouvidos, o acusado, a então namorada dele na época do crime, Kethlyn Jackelyne Figueiredo Silva, 19, que também foi indiciada pelo crime e outras 7 pessoas arroladas como testemunhas, entre elas uma tia e uma irmã da vítima Ariely. A juíza Tatiane Colombo, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, já havia inclusive, encaminhado ofício à Penitenciária Central do Estado (PCE), onde Jeanderson está preso para que fosse providenciada a escolta do preso até o Fórum de Cuiabá. Os policiais deveriam permanecer no local até o término da audiência para levarem o réu de volta para o presídio.
No despacho, a juíza enfatizou que se o réu não comparecesse à audiência sem justa causa, poderia ser decretada a revelia. No caso das testemunhas, poderiam ser conduzidas coercitivamente e responderiam, ainda, pelas despesas do adiamento do ato, sem prejuízo das sanções penais e por crime de desobediência. Agora, com a suspensão, ainda não há uma nova data para ser remarcada a audiência.
Após a denúncia do Ministério Público, o processo deu entrada na 12ª Vara Criminal da Capital, mas o juízo da vara se declarou incompetente para julgar o caso, motivo pelo qual o feito foi redistribuído para a 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, onde a denúncia foi recebida no dia 14 de janeiro deste ano. A juíza do caso é Tatiane Colombo.
Entenda o caso: O duplo homicídio contra mãe e filho ocorreu na manhã do dia 1º de novembro do ano passado, na residência localizada na Rua Girassóis, bairro Serra Dourada. A criança foi alvejada na cabeça dentro do quarto e teve o corpo localizado dentro do cômodo. Já Ariely foi encontrada pela irmã mais nova e estava caída na área externa da residência. Ela foi atingida por vários tiros na lateral do corpo e costas. A jovem era filha do sargento da Polícia Militar, Hemilton Jorge da Silva que atua no programa Rede Cidadã.
Na mesma manhã, Jeanderson ligou para o pai e avô das vítimas, Hemilton Jorge, afirmando que queria encontrá-lo para entregar uma quantia em dinheiro, supostamente para auxiliar nos custos médicos da criança. A família acredita que o acusado fez isso para tentar despistar a autoria do duplo-homicídio. Após ter a prisão preventiva decretada, ele se apresentou acompanhado de um advogado. Depois confessou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas incriminou a então namorada Kethlyn Jackelyne Figueiredo Silva, 19. Disse que matou a ex a pedido de Kethlyn que por sua vez negou qualquer participação, mas foi indiciada pela Polícia Civil e aparece no processo com ré.
Histórico
Jeanderson Xavier Rangel já foi condenado pela Justiça pelo crime de roubo à mão armada praticado no dia 2 de outubro de 2007 em companhia de outros 2 comparsas que na época, assimo como ele, eram soldados do Exército. Eles roubaram a quantia de R$ 81 em dinheiro e um aparelho celular de um casal, mediante grave ameaça exercida com emprego de uma arma de fogo. O crime foi praticado via pública na praça Clóvis Cardoso, situada na região central de Cuiabá. Pelo crime, Jeanderson foi condenado a 7 anos de prisão em regime semi-aberto pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Capital em 18 de dezembro de 2008.
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