Em 15 de dezembro de 1961, 503 pessoas morreram no Gran Circo Norte-Americano, em Niterói.
Fantástico relembra piores tragédias por incêndios no Brasil
Três mil pessoas assistiam ao espetáculo. De cada dez mortos, sete eram crianças. A história da tragédia foi reconstituída no programa Linha Direta, em junho de 2006. Adílson Alves, José dos Santos e Walter dos Santos foram condenados pelo crime
Adilson tinha sido contratado para ajudar a erguer a grande lona do picadeiro, mas se desentendeu com o dono do circo. Foi demitido e jurou vingança. Junto com os dois comparsas, usou gasolina para incendiar o circo no fim do espetáculo, com as arquibancadas lotadas.
Foram vinte minutos de inferno. Lenir estava no local. Ela perdeu o marido e dois filhos na tragédia.
O repórter cinematográfico Evilásio Carneiro também estava no dia.
“Quando eu cheguei lá eu vi aquela multidão, mas eu esperava um circo, entende? Esperava aquela cobertura. e não tinha nada. Quando eu olhei pra baixo que eu vi os cadáveres”, conta o cinegrafista.
Outra tragédia aconteceu no dia 24 de fevereiro de 1972 e até hoje ninguém sabe ao certo o que iniciou o fogo no segundo andar do edifício Andraus, no centro de São Paulo.
Em minutos, explosões fizeram a estrutura do prédio de 32 andares tremer. Foram 16 mortos e 330 feridos. Os sobreviventes foram retirados por helicópteros, no terraço e por uma ponte improvisada que uniu o Andraus em chamas a outro prédio.
Quase dois anos depois, no dia primeiro de fevereiro de 1974, um curto circuito num aparelho de ar condicionado começou um incêndio, também em São Paulo, que matou 188 pessoas e deixou 345 feridas.
A tragédia do edifício Joelma aconteceu apenas três anos depois da inauguração do grande prédio de 25 andares.
Pela TV, o Brasil acompanhou o desespero das pessoas que se refugiaram no topo do prédio e as tentativas de resgate feitas pelos helicópteros. Durante as oito horas e meia de fogo, cinco pessoas foram condenadas por crime de negligência e omissão, mas ninguém foi preso.
Mais dois anos e foi a vez de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ver um de seus prédios comerciais mais tradicionais ser destruído pelas chamas.
No incêndio de uma loja de departamentos, em 1976, 41 pessoas morreram. Mais de 60 ficaram feridas.
Os helicópteros não conseguiram salvar ninguém, porque não tinham como alcançar o topo do prédio de sete andares.
No dia 17 de fevereiro de 86, o fogo destruiu o edifício Andorinha, um prédio comercial, no centro do Rio de Janeiro. Faltaram água e equipamentos para os bombeiros. Vinte e três pessoas morreram. 40 ficaram feridas.
No dia 20 de junho de 2000, um curto circuito num aquecedor incendiou uma creche em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Doze crianças, que tinham entre 2 e 4 anos morreram deitadas nos colchões, onde dormiam após o almoço.
A diretora da creche e uma funcionária foram condenadas por homicídio pela Justiça.
24 de novembro de 2001. Show no Canecão Mineiro, em Belo Horizonte. Um acidente com uma queima de fogos no palco fez as chamas se espalharem rapidamente. Sete mortos, mais de 300 feridos. A casa de espetáculos não tinha alvará. O proprietário, um produtor e dois músicos foram condenados.
Das tragédias nos grandes prédios, vieram mudanças. Materiais de construção mais seguros, exigência de saídas de emergência para o caso de incêndio. Novos equipamentos para os bombeiros.
A cada desastre, a cada tragédia marcada pelo fogo, aprendemos, tiramos lições, mas também voltamos ao luto.
Dividimos a dor e a solidariedade. Desta vez, rezamos e choramos por Santa Maria.
Comentários