Arcebispo rejeita o atrelamento da Igreja ao PT e engajamento do clero
Segundo Dom Milton, o pensamento católico é anterior à fundação do PT. A confusão existe porque lideranças de movimentos ligados à Igreja - como comunidades eclesiais de base, Juventude Operária Católica (JOC) e as pastorais sociais – aderiram à política partidária levando a ideologia ao partido recém fundado por lideranças como Lula, Frei Beto, Apolonio de Carvalho e os intelectuais Mario Pedrosa, Antônio Cândido e Sérgio Buarque de Holanda entre outros. “O PT passou a defender aquilo que a igreja sempre pregou, que a doutrina social cristão. Então, as pessoas confundiram as coisas. Politizaram Jesus Cristo”, explicou o arcebispo.
Dom Milton também é contra o engajamento de padres e bispos nas organizações partidárias. Para o arcebispo, o papel dos religiosos é defender as bandeiras da Igreja como combate a corrupção, ao aborto, a eutanásia e a chamada união civil igualitária com foco no cuidado do “rebanho”. “Defendo que os leigos, membros da igreja, se engajem na política. Que façam política com seriedade, pensando no bem comum e defendendo aquilo que é aprazível a Deus”, defendeu.
Além disso, Dom Milton aponta a lei branda e a morosidade da Justiça como fatores que favorecem a corrupção no Brasil. Na opinião do religioso, a corrupção prejudica o funcionamento da máquina pública e prejudica a sociedade como um todo. “Veja o exemplo do Mensalão. Os deputados já foram condenados, mas seguem impunes. Com isso, aumenta o descrédito da sociedade nas instituições”, lembrou.
Por fim, Dom Milton revelou que ainda não se encontrou com o prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) após a posse. Mesmo assim, afirma que vê com bons olhos as prioridades da nova gestão. “O prefeito está correto em priorizar a saúde. Saúde é tudo na vida das pessoas. Rezo para que ele tenha os pés no chão, o coração em Deus e os braços abertos para servir quem necessita”, concluiu.
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