A possível presença do Hezbollah na Europa foi um dos temas abordados em uma conversa por telefone entre o novo secretário de Estado, John Kerry, e sua homóloga europeia Catherine Ashton, revelou nesta terça a Casa Branca.
"Depois de muitos meses, não escondemos o nosso desejo de que a União Europeia aja de forma mais firme em relação ao Hezbollah", ressaltou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
Nuland explicou que os Estados Unidos estão discutindo a questão de forma bilateral com alguns países europeus, e com a União Europeia em conjunto, para realizar ações conjuntas contra o Hezbollah, que tem sua sede no Líbano.
A porta-voz manifestou também a "preocupação" de Washington de que "Europa seja um local que o Hezbollah aproveita para financiar e preparar" seus ataques.
John Brennan, principal assessor da Casa Branca em matéria de terrorismo, e que o presidente Barack Obama indicou para presidir a CIA durante seu segundo mandato, pediu que os países europeus desenvolvam uma "ação proativa" para desmantelar as redes de infraestrutura, financiamento e operação do movimento libanês xiita.
Brennan disse que o ataque mostrou o Hezbollah como "um grupo terrorista que está disposto a atacar indiscriminadamente homens, mulheres e crianças inocentes, e que significa uma ameaça real e crescente, não apenas à Europa, como também para o resto do mundo".
O assessor de Obama felicitou a Bulgária pelo que chamou de uma ampla e profissional investigação do atentado, e disse que Washington apoiará o governo desse país europeu em sua luta contra o terrorismo.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também disse que a UE deve tirar as "conclusões necessárias" sobre o Hezbollah depois da investigação, sugerindo que deveria incluir o grupo em uma lista de organizações terroristas.
A Bulgária atribuiu nesta terça ao Hezbollah a autoria de um atentado que teve israelenses como alvos cometido no aeroporto de Burgas (leste), no dia 18 de julho de 2012. O ataque deixou seis mortos e cerca de trinta feridos.
"Há informações sobre financiamento e pertencimento ao Hezbollah de duas pessoas, entre elas o autor do atentado", declarou à imprensa o ministro do Interior búlgaro, Tsvetan Tsvetanov.
Essas pessoas "tinham passaportes da Austrália e do Canadá" e "permaneceram em território libanês entre 2006 e 2010", indicou.
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