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Cidades
Quarta - 06 de Fevereiro de 2013 às 17:36

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Veículos de diferentes portes parados em meio à lama e muitos atoleiros impedindo a viagem de motoristas que trafegam pela MT-170, no noroeste mato-grossense. As chuvas intensas desde o último mês agravaram a situação da rodovia estadual e tornaram praticamente intransitáveis alguns trechos da estrada. Nos cerca de 270 quilômetros que vão de Aripuanã, passam por Juruena, Cotriguaçu e chegam até Castanheira a viagem que antes levara pelo menos seis horas agora já dura até dias.

A região tem a pecuária como uma das principais bases econômicas e conta com um rebanho superior a 2,7 milhões de animais. Mas em função dos atoleiros, pecuaristas já optam por suspender o envio dos animais até frigoríficos de municípios vizinhos, como em Juína, onde está instalada a planta de uma indústria.

Produtor em Juruena, Manoel Ribeiro Machado Filho conta que da sede do município até Juína são pelo menos 110 km de estradas sem asfalto e outros 45 km pavimentados. Em épocas normais a viagem exigiria 4 horas. "Hoje, para quem se aventura pela rodovia, são um dia ou dois dias até. É lamentável a situação, uma consequência de um problema que não foi resolvido na época da seca", contou.


Atoleiros param trânsito em rodovia no noroeste de Mato Grosso  (Foto: Do internauta)

Atoleiros param trânsito em rodovia no noroeste de
Mato Grosso (Foto: Do internauta)

Somente em Juruena o plantel bovino supera as 197,6 mil unidades, conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). A preocupação é também quanto aos prejuízos econômicos que podem ser gerados aos municípios do noroeste, já que a produção agropecuária não consegue entrar e nem deixar as cidades. "Já suspendi o envio do meu gado até o frigorífico porque se forem [os animais] eles vão morrer na estrada", contextualizou ainda o empresário e que também é primeiro tesoureiro do Sindicato Rural do município.

Consultor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Amado Oliveira, conta que para percorrer os 110 km entre Aripuanã e Juruena foram necessárias mais de cinco horas. "Infelizmente, é um problema muito recorrente e há muitos caminhões parados na rodovia, cargas despejadas às margens da estrada. As cabeceiras das pontes, por exemplo, estão baixando", considerou.

Na terça-feira (5) o motorista de um caminhão que ficou parado em um atoleiro da rodovia morreu após passar mal e sofrer um enfarto. Ele viajava na companhia da esposa.

Alerta já emitido
Ainda na terça-feira a Acrimat alertou para os graves problemas enfrentados nas estradas do estado. A precariedade das rodovias já afeta o transporte de animais. Os prejuízos atingem pecuaristas, frigoríficos e motoristas que, além de atrasos nas entregas, registram perdas com qualidade dos animais, danos aos veículos e descumprimento de prazos.

Mato Grosso conta uma malha viária estadual de 25 mil quilômetros, mas deste universo somente 5,4 mil quilômetros estão pavimentados. Em 2012, em uma radiografia inédita, as entidades do setor produtivo estadual mapearam a atual situação das estradas.

As rotas estaduais escoam toda produção agropecuária para as grandes rotas federais que dão vazão à safra mato-grossense. Durante quatro meses foram pesquisados os fluxos de escoamento em 15.334 quilômetros de rodovia, pertencentes a 120 trechos. Destes, cerca de 5 mil quilômetros estão pavimentados e outros 10 mil quilômetros ainda não contam com o asfalto.

O estudo elencou como prioridade 21 trechos para obras de conservação e manutenção. Mas a realização destes serviços nos locais prioritários vai exigir investimentos na ordem de R$ 82 milhões.

Pelas rodovias prioritárias passam, anualmente, quase 950 mil cargas por ano. Já nos 120 trechos totais mapeados, o número cresce para 2,2 milhões. Este iria requerer investimentos de R$ 266 milhões para conservação e manutenção.





Fonte: Do G1 MT

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