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Política
Quarta - 18 de Dezembro de 2013 às 16:32

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 A ativista brasileira Ana Paula Maciel, uma das 30 pessoas ligadas ao Greenpeace que foram beneficiadas por uma anistia a presos por vandalismo aprovada pelo Parlamento russo nesta quarta-feira (18), diz que está aliviada com a notícia, mas não está comemorando.
 
Ela falou ao G1 por telefone de São Peterburgo depois de ser informada que os 28 ativistas ambientais e os dois jornalistas freelancers – grupo chamado pelo Greenpeace de "30 do Ártico" – tinham sido anistiados das acusações que enfrentavam no país. "Estamos somente aliviados de que o processo acabou, muito embora eles não tenham derrubado as acusações", disse.
 
A anistia concedida nesta quarta-feira significa que os procedimentos legais contra os 30 devem ser cancelados e todos, exceto os 4 de nacionalidade russa, poderão ir para casa. Para isso, necessitam ainda de um visto que deve ser emitido pelo governo russo.
 
A brasileira conta que os 30 integrantes do grupo não estavam reunidos no momento da decisão do Parlamento. "Cada um recebeu a notícia de uma forma diferente, mas de certa maneira não era importante que estivéssemos juntos, todos estamos nos sentindo da mesma maneira. Ninguém está brindando neste momento."
 
É como se fosse um perdão de que nós não precisaríamos porque fomos presos ilegalmente, injustamente e formos acusados por crimes que não cometemos"
Ana Paula Maciel,
 
ativista do Greenpeace
 
De acordo com Ana Paula, a situação de como ficará os registros criminais dos 30 ainda não é clara para nenhum deles.
 
Para ela, receber a anistia é diferente de ser considerada inocente. "É como se fosse um perdão de que nós não precisaríamos porque fomos presos ilegalmente, injustamente e formos acusados por crimes que não cometemos."
 
A brasileira diz que a luta pela preservação do meio ambiente continua. "Não existe anistia para o Ártico, ele continua sob a ameaça das companhias petrolíferas. A gente não pode comemorar porque o Ártico ainda não está salvo."
 
Outra preocupação é com os ativistas russos, que permanecerão no país. "A anistia pode trazer consequências sérias para os quatro companheiros russos que continuam morando na Rússia porque eles terão uma ficha criminal, o que é completamente desnecessário, já que todos os 30 somos inocentes."
O grupo foi preso no dia 19 de setembro e permaneceu detido durante dois meses, primeiro sob a acusação de pirataria e, em seguida, sob a acusação de vandalismo. Em novembro, eles receberam o direito de responder ao processo em liberdade mediante pagamento de fiança, mas não poderiam deixar o país.
Visto de saída
 
 
Segundo Ana Paula, o grupo ainda não sabe quando o governo concederá os documentos necessários para deixar o país. Ela diz que, neste momento, o grupo tem que esperar o Comitê de Investigação entrar em acordo com os Serviços de Fronteira da Rússia para que eles concedam um visto de entrada no país.
"Já que nos trouxeram à força e ilegalmente, não carimbaram nosso passaporte. Então eles precisam dar o visto de entrada e o visto de saída. Mas acredito que isso vá se resolver em breve, nos próximos dias."
 
Para Ana Paula, o período em que permaneceu aguardando o julgamento em liberdade, em São Petersburgo, foi "só uma extensão da aflição" que viveu na cadeia. "A falta de informação, de entendimento do que estava acontecendo foi igual, sendo que estávamos presos dentro do país em vez de presos dentro da prisão."
 
Segundo a assessoria de imprensa do Greenpeace, a concessão desse documento é uma questão burocrática que deve ser cumprida antes da liberação dos ativistas. Mas a volta para a casa já está garantida, apesar de não haver um prazo oficial para que os documentos sejam emitidos.




Fonte: G1

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