SC: presos poderão ser transferidos para instituições federais

Representantes do Ministério da Justiça e do governo de Santa Catarina vão agendar reunião técnica para avaliar a possibilidade de enviar ao Estado efetivos da Força Nacional de Segurança Pública e a necessidade de transferência para instituições de segurança máxima dos presos diretamente envolvidos com os atentados que vem ocorrendo no Estado.

A reunião técnica foi acertada nesta quarta-feira, em Brasília, pelo governador Raimundo Colombo e pelo ministro José Cardozo. Na ocasião, também deverá ser traçado um plano de enfrentamento à violência e ao crime organizado.

Cardozo pôs a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal à disposição do Estado e disse que, se houver necessidade de transferência de presos envolvidos nos atentados para presídios nacionais de segurança máxima, existem cerca de 300 vagas disponíveis.

Diferentemente do que havia sido divulgado antes, o governador disse que, desde 30 de janeiro, houve 32 ataques no Estado - o último deles, nesta quarta-feira. "A maioria (dos que foram contabilizados antes) não diz respeito a essa onda atual (de violência)". O número de ataques divulgado anteriormente foi 60. De acordo com Raimundo Colombo, 32 pessoas foram presas porque tinham relação com a onda de ataques.

Para ele, Santa Catarina é um dos Estados mais seguros do Brasil e os ataques atuais são uma retaliação ao rigor com o qual o estado trata os criminosos. "A principal causa (dos ataques) é a ação firme do governo no combate ao crime, mas, evidentemente, qualquer excesso dentro dos presídios causa constrangimento e reação."

Os excessos aos quais o governador se referiu são episódios de violência ocorridos na Penitenciária Regional de Joinville, no interior do estado. Imagens do circuito interno do presídio, divulgadas pela imprensa no último sábado, mostram que os agentes usaram balas de borracha e gás de pimenta contra os detentos que estavam em situação de controle. Segundo o governador, os oito agentes foram afastados em decorrência do episódio.