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Cidades
Sexta - 08 de Fevereiro de 2013 às 15:57

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O novo ano letivo começou nas escolas estaduais de Mato Grosso, mas a falta de profissionais de educação em matérias específicas como química e física afeta todo o estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a dificuldade maior é nas cidades do interior. No total são 739 escolas em Mato Grosso sendo 530 na zona urbana, 140 na zona rural e 69 indígenas.

A Seduc estima que só na disciplina de química faltam pelo menos 50 profissionais. Na Escola Estadual Professor Nilo Póvoas, em Cuiabá, por exemplo, a procura por professores das disciplinas de química e física já dura três anos. Conforme o diretor da escola, José Ribeiro, para os alunos não ficarem sem aula a diretoria teve que fazer um rodízio de professores de outras especialidades.

“O professor de matemática está habilitado para dar aula de física e química, mas não é um especialista”, frisou Ribeiro. A falta de professores, segundo o diretor, traz reflexos negativos para os alunos. “Não é o desejável um professor dando aula de uma certa disciplina que não seja um especialista. Por mais que o professor faça um esforço, eu acredito que ele tenha dificuldade com o conteúdo e principalmente com a metodologia”.

Para o Sindicato dos Profissionais da Educação, o problema que motiva essa falta de professores é a desvalorização da carreira. “Apenas 20% daqueles que se inscrevem para cursos superiores optam pela licenciatura, ou seja, desejam ser professores. Portanto, nós estamos com uma demanda muito grande em nossas escolas públicas. E isto tem uma causa específica que é a pouca expectativa e o estímulo em relação aos salários estabelecidos na carreira profissional”, disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Helena Bortolo.

Já a coordenadora de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Edna Hardoin, afirma que outros fatores também influenciam a falta de profissionais na área de educação. “Essa dificuldade desses alunos dessa área já vem pela falta de apoio que eles têm nas áreas básicas, que é a matemática e a língua portuguesa, principalmente no ensino médio. Então isso dificulta na escolha que a pessoa em si deseja atuar”, comentou.

De acordo com a pró-reitoria de ensino de graduação da UFMT, não existem vagas ociosas nos cursos de licenciatura na universidade, apesar disso, um levantamento está sendo feito para avaliar um número de desistentes nessas áreas de formação. A superintendente de Formação da Seduc, Ema Marta Dunk Cintra, informou que existe um projeto de formação nas áreas de licenciatura para suprir a demanda desses profissionais em Mato Grosso. “Nós trabalhamos de um modo muito articulado e com muita tranquilidade entre as 13 instituições públicas do estado, junto à União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), para realizar um trabalho forte e então oferecer cursos, porque o que a gente mais quer é corrigir essa procura em médio prazo”, finalizou.





Fonte: Do G1 MT

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