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Cidades
Sábado - 09 de Fevereiro de 2013 às 08:23

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Duzentos e setenta e cinco casos de abordagens truculentas foram registradas contra a Polícia Militar em Mato Grosso no ano de 2012. O item lidera o ranking de queixas registradas pela população. A informação faz parte do relatório da Ouvidoria Geral, divulgado nesta sexta-feira (8). Além da questão da violência física, o mau atendimento por parte de policiais civis e militares também ocupa posição de destaque. Enquanto a falta de confiança e de segurança da população ocupou a segunda posição, boletins de ocorrência mal relatados ou que distorcem os fatos aparecem em terceiro.
 
Ouvidor geral da Polícia, Teobaldo Witter, acredita que embora tenham havido melhorias no trabalho de policiamento, com investimento no serviço de inteligência, cursos específicos de formação em abordagem ao cidadão, investimento na polícia comunitária e na formação inicial e continuada da polícia em ciências humanas e sociais, ainda há muito o que se avançar. "As novidades devem chegar ao cotidiano de quem está nas ruas, nas abordagens, nas investigações, na elaboração dos boletins de ocorrência, nas delegacias, nos presídios, enfim, em todos os lugares em que há este atendimento à população".
 
Witter entende que a conduta da polícia deve ser observada à luz dos direitos humanos, para que aprenda a lidar com gente, que deve ser respeitada como cidadã, seja qual for a pessoa, criminosa ou não. "O que está em discussão é a polícia que temos e a polícia que queremos". O ouvidor acredita que o relatório funcione como um guia para que os órgãos de segurança implementem planos e ações voltadas a coibir excessos e a melhorar o trabalho policial como um todo. "O que se espera com esse relatório, que é uma espécie de diagnóstico, é que faça com que os poderes priorizem ações que coíbam as práticas mais denunciadas pela população na Ouvidoria".
 
No documento, o ouvidor indica, ao final, que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) deve priorizar a elaboração de outro relatório, o de letalidade da polícia. "Ainda não existe nada que indique quantas pessoas são mortas em ações e quantos policiais morrem no confronto".
 
Por meio da assessoria, o titular da Sesp. Alexandre Bustamante, destaca que o volume de abordagens em fiscalizações em comparação com as denuncias registradas, obtém-se um número satisfatório. No entanto, entende que os registros demostram uma necessidade maior de aprimoramento do quadro no requisito abordagem. Neste sentido, pontua que a capacitação dos policiais tem sido intensa, inclusive com a edição de um manual de Procedimento Operacional Padrão (Pop) para normatizar as abordagens, diminuindo os riscos do profissional e também o suspeito abordado. "O governo do Estado realizou uma pesquisa de vitimização para trabalhar cientificamente as vitimas de crimes. O resultado está auxiliando na elaboração de novas técnicas e analises criminais".
 





Fonte: A Gazeta

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