Adolescente de 15 anos foi até plantão policial e pediu para ser internado. Avó diz que não tem condições financeiras e pede ajuda para tratar o neto.
Menor vai a delegacia, entrega maconha e pede para ser internado
Morador do bairro Tatuapé II, o adolescente vive com os avós maternos e com três dos quatro irmãos. Todos sobrevivem da renda mensal de R$ 1,2 mil do trabalho de pedreiro do avô. O pai vive em Minas Gerais, mas não tem contato com o filho. A mãe está presa há dois anos. Segundo o rapaz, primeiro veio o vício e, depois, o tráfico para sustentar o uso de drogas.
Em entrevista ao G1, o adolescente disse que o vício começou há seis meses, após o convite de um colega da rua onde mora. “Ele me passou um cigarro de maconha e eu fumei. Naquela noite eu experimentei cocaína, em um baile. Foi muito legal na hora, pois fiquei completamente alterado”, contou. Os avós maternos nunca desconfiaram.
“Eu dizia que ia para casa de colegas, para não causar suspeitas. Para me manter nas drogas, comecei a vender para um cara que nunca dizia o nome para mim. Ele deixava as drogas de manhã comigo, eu as vendia e, no dia seguinte, ele buscava a grana. Ele me deixava pegar parte da droga”, explicou.
Descoberta da família
A avó do adolescente, a dona de casa Roseli Aparecida Alves de Almeida, de 50 anos, contou que começou a desconfiar do neto porque ele parou de estudar e começou a emagrecer. “Eu crio este menino desde pequeno. Do nada, parou de ir na escola. Apesar das drogas, ele é um menino bom, ajuda no que pode, e não causa confusão.”
Roseli descobriu o vício após encontrar dois papelotes de cocaína no bolso do neto. Apesar de não se recordar de quando encontrou a droga, a dona de casa afirmou ter ficado decepcionada com o menor. “Conversamos e ele disse que queria parar, pois estava fazendo mal para ele. Uma noite ele foi comprar leite, demorou e depois recebi uma ligação da polícia. Meu neto tinha ido lá entregar a droga e pedir ajuda. Queremos interná-lo, mas não temos condições de pagar.”
Empurra-empurra
Roseli contou que buscou ajuda no Conselho Tutelar de Piracicaba para poder internar o neto, conforme foi orientada no plantão policial. Já no Conselho, ela recebeu a orientação de que deveria procurar o juiz da Vara de Infância e Juventude da cidade. Porém, segundo a escrevente da unidade Priscila Aparecida Cintra Sanches, o procedimento é outro.
“Como ela disse que não tem condições financeiras para internar o neto, eles devem procurar a Defensoria Pública ou o Ministério Público (MP). Os órgãos, por sua vez, vão analisar se o caso merece uma interferência da Vara da Infância”, disse a funcionária.
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