Vereadores exigem cargos para apoiar Mendes; Maluf e Leitão repreendem barganha

Os vereadores de Cuiabá impõem uma condição para colocar sua bancada à disposição de Mauro Mendes (PSB) na Câmara: cargos. “Nós queremos participar da base do novo prefeito, mas para isso queremos participar da gestão”, afirmou a vereadora Lueci Ramos (PSDB) em entrevista por telefone na manhã de hoje. A barganha por cargos, no entanto, desagrada lideranças tucanos como Nilson Leitão e Guilherme Maluf.

Na lógica dos vereadores, o PSDB, que tem a segunda maior bancada, pode ter peso decisivo para Mendes em aprovações estratégicas no Legislativo. Mas para isso, a agremiação “merece” ser contemplada com cargos em secretarias. “Temos bons nomes, como dos ex-vereadores Paulo Borges e Antônio Fernandes”, elencou Lueci, citando correligonários que não conseguiram se reeleger, mas ajudaram na soma de votos elegeu três parlamentares.

Em entrevista por telefone, o deputado federal e presidente estadual do PSDB, Nilson Leitão, afirmou que a negociação de cargos em troca de apoio é uma conduta reprovável. “Sou contra barganha por cargos”, declarou. “O apoio ao prefeito pode ser feito de pela população de Cuiabá, mas não em troca de secretarias”, completou.

Por meio de nota à imprensa, o candidato tucano derrotado por Mauro Mendes na última eleição, deputado estadual Guilherme Maluf, também criticou a negociação por espaço na admnistração. "Sou absolutamente contra se negociar apoio ao Executivo Municipal em troca de cargos e secretarias, isso diminui o partido”, defendeu.

“Entendo que podemos sim ajudar Cuiabá, fiscalizando e legislando tanto na Câmara de Vereadores, como na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, agora se é para compor a base aliada de Mendes, que isso seja antes de tudo definido partidariamente em prol de um projeto por Cuiabá e não em troca de cargos", completou o deputado.

A vereadora Lueci Ramos afirma que a bancada se reuniu com Leitão após o deputado conversar com Mendes e o informou do posicionamento. O partido, no entanto, só deve se posicionar após o dia 24 de março, quando ocorre a eleição para o diretório municipal.