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Internacional
Sábado - 23 de Fevereiro de 2013 às 15:19

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O Papa Bento XVI prometeu neste sábado (23) aos cardeais uma maior "proximidade espiritual" de sua parte após concretizar sua renúncia histórica, prevista para 28 de fevereiro, e fez uma advertência sobre os "males deste mundo, o sofrimento e a corrupção".

"Mesmo se concluo hoje a comunhão exterior visível, permanece a proximidade espiritual, uma profunda comunhão da oração", disse Bento XVI ao terminar um retiro espiritual iniciado no último domingo (17), onde refletiu sobre "o maligno, os males do mundo, o sofrimento e a corrupção".

Imagem divulgada neste sábado (23) mostra o Papa Bento XVI (à direita) lendo mensagem aos cardeais após concluir retiro espiritual (Foto: LImagem divulgada neste sábado (23) mostra o Papa Bento XVI (à direita) lendo mensagem aos cardeais após concluir retiro espiritual no Vaticano (Foto: L"Osservatore Romano/AP)

De acordo com a agência de notícias "Ansa", Bento XVI agradeceu ainda aos cardeais pelos últimos oito anos de papado, dizendo que eles acompanharam o “peso do ministério papal” com “habilidade, afeto, amor e fé”. “Permanece em mim esta gratidão”, disse o pontífice.

Ele também mencionou a importância da Palavra de Deus para Igreja e fez uma observação sobre os males que, segundo ele, “são uma criação suja que sempre querem contradizer Deus e embaralhar sua verdade e sua beleza”.

Ainda neste sábado, o líder da Igreja Católica se encontrou com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano. De acordo com a "Ansa", Bento XVI disse que irá rezar pela Itália e agradeceu a visita do presidente, acompanhado de sua mulher. No domingo (24), o Papa participará pela última vez da "hora do Angelus", quando falará ao público na Praça São Pedro.

Bento XVI recebeu neste sábado (23) o presidente da Itália, Giorgio Napolitani (Foto: LBento XVI recebeu neste sábado (23) o presidente da Itália, Giorgio Napolitani (Foto: L"Osservatore Romano/AFP)
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Lobby gay
Também nesta manhã, o porta-voz do Vaticano rebateu "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay" publicadas na imprensa.

"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou Federico Lombardi, em uma entrevista a Rádio Vaticano.

"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou.

Uma série de revelações sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano, publicadas esta semana pela imprensa italiana, ofusca o conclave para a eleição de um novo Papa.

As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.

No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.

Renúncia
Bento XVI surpreendeu a Igreja e o mundo ao anunciar, em 11 de fevereiro, que iria deixar o cargo no fim do mês, por conta de sua saúde frágil.

Ele se retirou com a Cúria para "exercícios espirituais" da Quaresma: um "oásis" para ele, depois dos dias tumultuados seguidos ao anúncio de sua renúncia, explicou Ravasi, que dirige estas meditações.

Na capela "Redemptoris Mater", 17 sessões de reflexões do cardeal italiano Gianfranco Ravasi ocuparam este tempo dedicado tradicionalmente à oração e exame de consciência neste período de preparação para a Páscoa, em 31 de março.

Conclave
Na última quarta-feira (20), o Vaticano informou que as regras atuais do Conclave -- encontro em que os cardeais, secretamente, escolhem o novo Papa -- passarão por modificações. Com isso, a escolha do sucessor de Bento XVI poderá ser antecipada. A reunião de cardeais, estava prevista inicialmente para depois de 15 de março.

O Conclave, segundo a atual Constituição Apostólica, deve começar "entre um mínimo de 15 dias e um máximo de 20" desde que se decrete a chamada "Sé Vacante", fixada para o próximo 28 de fevereiro às 20h (16h de Brasília), o momento que Bento XVI escolheu para abandonar o Trono de Pedro.

Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua.

Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos de idade terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.





Fonte: Do G1

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