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Domingo - 24 de Fevereiro de 2013 às 07:00

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Uma mistura de alívio e felicidade. Assim estão se sentindo os familiares de Kethellin Magalhães, uma menina de seis anos de idade, que, durante cinco anos, sofreu com uma deformidade na mão esquerda que a impedia de brincar e agir como uma criança normal.

No último dia 16, graças à ação de uma fraternidade internacional conhecida como Shrine, com sede nos Estados Unidos, ela passou por uma cirurgia reparadora e já se encontra na fase de recuperação.

Dependente da rede pública de Saúde, Kethellin passou por várias consultas médicas e realizou diversos exames, mas nunca teve agendada a tão esperada cirurgia que poderia lhe fazer retomar os movimentos dos dedos da mão esquerda.

Tudo começou quando a menina tinha apenas um ano de idade e se queimou com um ferro de passar roupa. O acidente fez com que o dedo indicador de Kethellin ficasse “colado” à mão, o que causava constrangimentos e privações à garota.

Ao MidiaNews, o pai da criança, Antônio Magalhães, 40, disse que a filha vivia depressiva e constrangida, por não se sentir igual às demais crianças de sua idade.

“Ela chegou a entrar em depressão, ter dificuldades de aprendizado e não querer ir à escola. Vivia escondendo a mão dela. Toda vez que agendávamos uma nova consulta na rede pública, ela se enchia de esperanças, para em seguida sair do consultório, mais uma vez, frustrada”, contou.

Magalhães relatou que a filha se encontrava na fila de espera por uma cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) há quatro anos.

“Pelo SUS, não houve chance. Ela deve estar com o nome na lista até hoje. Nós corremos atrás de políticos, entidades, órgãos assistenciais do Governo, mas ninguém podia nos ajudar. Eram apenas promessas vazias”, disse.

A deficiência de Kethellin, inclusive, lhe trazia problemas com os amigos da mesma idade, que, muitas vezes, não entendiam a razão pela qual a menina não abria a mão, como todos eles.

“Um coleguinha chegou a tentar colocar o dedo de Kethellin no lugar, provocando intensa uma dor intensa nela”, disse o pai.

A cirurgia

Em janeiro deste ano, a família recebeu a indicação de que o médico Marcelo Sandrin, diretor do Hospital Santa Helena, em Cuiabá, e um dos sócios fundadores do Shrine em Mato Grosso, poderia ajudar.

A instituição filantrópica foi fundada em 1872 nos Estados Unidos e conta com aproximadamente 480 mil membros espalhados pelo mundo. A missão é realizar o atendimento oficial e gratuito na área da Saúde para crianças e adolescentes, de zero a 18 anos.

A entidade é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e, há três anos, vem se instalando em Mato Grosso. No Brasil, há secções do Shriner nos estados do Rio Grande Sul, Espírito Santo, São Paulo e Brasília.

Kethellin foi a protagonista da primeira cirurgia da fraternidade em Mato Grosso. Como a entidade não possui hospitais montados no Estado, precisou recorrer a uma parceria com o Hospital Santa Helena, para que todo o procedimento cirúrgico e pós-operatório de Kethellin pudesse ser realizado.

“O que ninguém pôde ajudar durante cinco anos foi resolvido em apenas um mês. Ela está se recuperando de uma maneira fantástica e já está em casa, voltando ao hospital apenas para realizar a troca de curativos. A autoestima dela é outra. Ela voltou a sorrir, a querer fazer festas, a tirar fotos. Quem olha, não fala que ela passou por uma cirurgia”, relatou o pai.

A cirurgia foi realizada pelo ortopedista Denimar Mistal Sanches, especialista nesse tipo de caso e voluntário do projeto. Segundo o médico, não há dúvidas quanto o sucesso da operação.

“Agora só precisamos observar se a cicatrização será perfeita”, afirmou o médico.

No momento, Kethellin recebe o tratamento de troca de curativo em sua residência, no Jardim Florianópolis, em Cuiabá. Em seguida, uma fisioterapeuta irá regularmente à sua casa para ajudá-la a recuperar os movimentos completos da mão.

Shrine em Cuiabá

Segundo o presidente do Shrine em Mato Grosso, Genilto Nogueira, a instituição filantrópica pretende montar seu primeiro hospital no Brasil na Capital de Mato Grosso.

A pedra fundamental do hospital deverá ser inaugurada ainda no primeiro semestre deste ano. A unidade será construída na região da Grande CPA, de acordo com Nogueira.

A unidade será especializada na área de ortopedia, oferecendo tratamentos, próteses e cirurgias gratuitamente para crianças e adolescentes com até 18 anos. A missão do hospital é atender à demanda da América do Sul, segundo Nogueira.

“Pretendemos ter a nossa própria fábrica de próteses e oferecer o atendimento 100% gratuito a quem necessitar, independentemente de raça, religião ou renda. Seremos especializados em cirurgias de alta complexidade, para atender crianças e adolescentes da América do Sul”, disse.

Nogueira ressaltou que a instituição não irá contar com a ajuda pública, usando recursos da própria entidade e de possíveis parceiros privados.

“Ao todo, o investimento será de aproximadamente 80 milhões de dólares”, disse.






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