Argentinos foram presos em março de 2012 em boate de Cuiabá. PM diz que agressões foram ocasionadas por resistência de prisão.
Corregedoria absolve PMs suspeitos de agredir turistas argentinos em MT

A Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso concluiu a sindicância instaurada para apurar a conduta de dois PMs que supostamente teriam agredido dois turistas argentinos, em Cuiabá. A corporação absolveu administrativamente os militares das acusações.

O caso ocorreu em março de 2012 em uma boate da capital, quando os estrangeiros foram presos depois de serem suspeitos de furtar uma bolsa de uma mulher que também estava no estabelecimento.

De acordo com a apuração da Corregedoria, não foi possível comprovar culpa nem exagero por parte dos policiais em relação ao tratamento com os argentinos. "Depois da análise das provas constituídas e do que se foi averiguado até agora, não se pode dizer que houve agressão", informou ao G1 o corregedor adjunto da PM, tenente coronel Cidney Manoel de Arruda.

Para a corregedoria, as agressões causadas aos argentinos, sendo que um deles teve dentes quebrados, foram ocasionadas em razão da resistência durante a abordagem. "Os policiais alegam que eles mesmos teriam reagido na hora da prisão. Pode ser que isso tenha ocorrido", completou o corregedor. Na ocasião, os policiais não estavam fardados.

"Procuramos eles [os argentinos] mais de três vezes para poder comparar as versões. Mas a informação que tivemos é que eles só iriam se manifestar após a conclusão do processo na Justiça comum contra eles, sobre o furto", explicou o coronel.

Desde a ocasião, os dois policiais foram transferidos para atividades administrativas da corporação. No entanto, com a conclusão da sindicância, os PMs podem voltar a atuar nas ruas, conforme decidir a corporação. "O caso será encaminhado para a Justiça Militar", comentou Arruda.

A Corregedoria ainda afirmou que não descarta que uma nova apuração pode ser feita, caso os argentinos se manifestem sobre o caso. A advogada dos argentinos, Beatriz Viana disse que o inquérito policial está parado desde junho de 2012.

"Não houve prova contundente. Só acharam os tais objetos [que teriam sido furtados] depois de uma terceira revista neles. Não tem como provar nada", falou ao G1. Ainda conforme a advogada, a Corregedoria enviou questionários para a Embaixada da Argentina, mas os irmãos optaram em falar apenas em juízo.

Prisão
Os dois turistas, os irmãos Ignácio Augustin Lujan, de 26 anos, e Ignácio Luiz Marcelo Lujan, de 29 anos, presos no dia no dia 31 de março de 2012. Os argentinos ficaram detidos por quase uma semana no Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé, e foram liberados na noite do dia 4 de abril.

Na época, segundo o boletim de ocorrência registrado pelo crime de furto qualificado, uma câmera fotográfica de propriedade da vítima foi encontrada no carro dos suspeitos. No entanto, a suposta bolsa não foi encontrada.