Antirretrovirais aumentam expectativa de vida na África do Sul
A universalização de tratamentos antirretrovirais em uma zona rural da África do Sul gerou um forte aumento da expectativa de vida em adultos infectados pelo vírus da Aids, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira nos Estados Unidos.
Esta campanha realizada em uma comunidade rural da província de KwaZulu-Natal, onde a taxa de infecção em adultos alcança 29%, gerou um aumento da expectativa de vida de 11,3 anos em um período de oito anos (2004-2011) quando este programa foi realizado, detalharam os autores do estudo publicado na edição online da revista Science.
Os pesquisadores destacaram que as vantagens destes tratamentos superaram amplamente seus custos.
"Este se trata de um dos aumentos de expectativa de vida mais rápido já observado na história da saúde pública", avaliou o doutor Till Bärnighausen, professor de Saúde Pública da Universidade de Harvard e diretor do estudo.
"A universalização de tratamentos antirretrovirais realizados pelo setor público inverteu amplamente o declínio da expectativa de vida, que resultava das infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) nos anos 1990 e no começo de 2000 nesta província", informou Jacob Bor, pesquisador da faculdade de saúde pública da Universidade de Harvard e principal autor deste trabalho.
Estudos anteriores já haviam mostrado uma melhora importante na saúde graças a estes tratamentos em testes clínicos. Mas estes são os primeiros trabalhos a medir diretamente o impacto na expectativa de vida de toda uma população.
A África do Sul, o país com maior número de portadores de Aids no mundo, tem também o maior programa de antirretrovirais, com cerca de 1,7 milhão de beneficiários de um total de 5,6 milhões de soropositivos.
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