Mesmo com Copa sobra verba no Fethab, mas estradas seguem destruídas

A Frente Parlamentar da Agropecuária da Assembleia decidiu, em reunião nesta terça (26), que vai trabalhar pela reformulação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e alteração do código tributário do Estado. Hoje 30% do Fundo, que arrecadou R$ 1,7 bilhão nos últimos dois anos, é destinado às obras da Copa de 2014. Este, no entanto, não é o maior questionamento dos membros da comissão, mas sim o que está sendo feito com o restante do dinheiro.

De acordo com o presidente da Frente, deputado Zeca Viana (PDT), mesmo com a retenção em prol do Mundial, ainda sobraria R$ 1,2 bilhão para investimento em transporte e habitação, finalidade do Fethab. “Ele foi criado para auxiliar na recuperação e construção de estradas e casas populares. Mas não estamos presenciando esses serviços no Estado”.

O pedetista ainda lembrou dos demais recursos para infraestrutura conquistados pelo governo no ano passado, como a liberação de mais de R$ 2,2 bilhões do programa MT Integrado, dos quais foram autorizados R$ 1,5 bilhão. Além disso, foram liberados R$ 250 milhões para o programa de restauração e manutenção de rodovias estaduais e R$ 470 milhões para o Programa Pró-concreto, destinado à revitalização de pontes de madeira.

Mesmo assim, entretanto, o Estado tem sido destaque até mesmo na mídia devido à situação das estradas e, principalmente, no que diz respeito a atoleiro. Dentre as piores rodovias estão a MT-170, situada próximo a Castanheira, na região Noroeste, a MT-100, sentido Barra do Garças, a MT-220, que liga Tabaporã a BR-163, e MT-130, que liga Primavera do Leste a Paranatinga.

Fethab à parte, o pedetista acredita que a secretaria estadual de Fazenda perdeu a noção tributária e tem onerado o contribuinte, sobretudo o produtor rural, com mais de quatro atos administrativos por dia. “Mato Grosso tem mais 141 mil famílias que vivem da agricultura familiar e que necessitam do auxílio do Poder Público. E é triste ver um Estado tão rico como Mato Grosso estar decretando a ‘favelização’ da zona rural, por omissão”.