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Cidades
Sexta - 01 de Março de 2013 às 16:00

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Um dependente químico que estava internado para tratamento de desintoxicação no Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, vinculada ao Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, na capital, denunciou que foi espancado no local por outros internos. Ele relatou ainda que pacientes usam drogas dentro da unidade de reabilitação e que os funcionários sabem, mas têm medo de comentar ou denunciar.
 
O homem de 32 anos disse que buscou ajuda e pediu para ser internado após 14 anos de dependência em pasta base de cocaína. Antes de completar uma semana no local, ele disse ter sido espancado e que para sair com vida teve que se fingir de morto. “Dos 39 internos, 20 deles, no mínimo, já me agrediram com pedaços de pau e chutes. Eles me jogaram no chão e começaram a me bater. Eu tentava levantar e não conseguia. Fiquei quieto e me encolhi. Eles pararam de bater, jogaram um lençol em cima e falaram "agora é só chamar o Instituto Médico Legal (IML)"”, lembrou. Ele disse que na mesma ocasião foi o terceiro a ser agredido.
 
Depois do ocorrido, o homem que preferiu não se identificar voltou para a sede da Caps bastante machucado e de lá foi encaminhado para o Pronto Socorro do município. Segundo a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB), Betsey Miranda, denúncias de agressões e falta de estrutura nessa unidade são recorrentes. “Não é a primeira vez que denunciam maus tratos e violência de internos para outros internos. Há ausência de cuidadores que possam evitar este tipo de coisa”, ressaltou.
 
Segundo o assessor da Secretaria de Estado de Saúde, João Santana Botelho, frequentemente boletins de ocorrência são registrados em casos de agressões entre os internos. Quando se trata de um interno que está no local por decisão da justiça, um relatório é encaminhado ao juiz, a quem cabe a adoção de providências cabíveis. Por outro lado, ele afirmou que desconhece a entrada ou uso de drogas na unidade.
 
Um dos dois agentes prisionais da unidade 3 do Caps, que não quis se identificar, informou que algumas vezes é preciso chamar a polícia para conter brigas no local. “Às vezes eles desobedecem e você acaba acalmando. Mas há casos que você tem que chamar a polícia porque não tem como intervir. São pessoas fortes, grandes. Nós trabalhamos desarmados”, afirmou.
 
Quanto ao uso de entorpecentes na unidade ele não descartou a possibilidade. “O serviço que nós fazemos de conter isso é difícil. Pode ser que aconteça, pode ser que não. Então tem revista pessoal. Não vou falar que não existe isso”, disse.
 





Fonte: Do G1 MT

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