Limbert Beltrán reclama da falta de atenção do clube, mas diz que tem recebido muitas manifestações de solidariedade: "Destruíram nossa família"
Pai de boliviano fala do Timão: "Nem pêsames
A morte do menino Kevin Douglas Beltran Espada completa 10 dias neste sábado e, apesar do apoio que têm recebido dos familiares, amigos, professores e colegas do menino, de apenas 14 anos, os pais do jovem reclamam da indiferença do Corinthians e de autoridades ligadas ao futebol. Após uma missa em homenagem ao garoto, o pai do torcedor do San José, Limbert Beltrán, revelou que ninguém do clube brasileiro procurou a família após a morte, provocada por um sinalizador que partiu da torcida corintiana em duelo pela Taça Libertadores, na cidade de Oruro.
- Nada. Não nos contatou ninguém do Corinthians, ninguém das autoridades e do governo daqui, nem para dar os pêsames. Também nada oficialmente da Federação Boliviana - afirmou.
Segundo ele, a família foi informada pelo clube Aurora que haveria um minuto de silêncio antes das partidas como forma de homenagear o filho. O clube fez doações à família, assim como o Bolívar.
- Me mostraram uma carta da Conmebol, me deram uma cópia, em que diziam que estavam fazendo uma homenagem, com um minuto de silêncio em todas as partidas internacionais. Depois, não tivemos nenhum tipo de contato.
Apesar de reclamar da falta de apoio do Timão e das autoridades, Beltrán afirma que a família tem recebido muitas manifestações de solidariedade, principalmente através de telefonemas e mensagens no celular.
- Tratam de nos dar ânimo (...) porque destruíram nossa família - disse.
Em Cochabamba, cidade onde o menino morava, e na escola onde ele estudava, o clima ainda é de luto. Nesta sexta-feira, os alunos foram liberados mais cedo para que pudessem comparecer a mais uma missa em homenagem a Kevin. Ele é lembrado com muito carinho pelos colegas.
Kevin tinha 14 anos (Foto: Reprodução / Facebook)
- Era muito alegre, muito bom dançarino. Sempre fazia de tudo, era o mais alegre do curso, sempre o mais amigável, tudo isso - contou o amigo Felipe Villegas.
A amiga Ruth Canedo resume a dor de uma cidade inteira. Para ela, o vazio deixado pelo jovem não será preenchido e a maneira como ele perdeu a vida, ao ser atingido no estádio Jesús Bermúdez, em Oruro, jamais será esquecida.
- Tudo continua, mas com essa dor. Sempre está aí, a dor, os pensamentos, como ele morreu e todos os momentos que passamos - afirmou.
Após a morte do boliviano, 12 torcedores do Corinthians foram presos preventivamente e o clube foi punido pela Conmebol. A medida cautelar determina que o Timão atue com os portões fechados quando jogar em casa e sem sua torcida nos jogos como visitante pelo prazo de 60 dias e até que o caso da morte do garoto seja resolvido.
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