Projeto da prefeitura adquiriu 5.700 tablets em dezembro de 2012. Secretaria diz que em 90 dias escolas estarão usando aparelhos.
Tablets adquiridos em 2012 para escolas de Cuiabá estão sem uso

Professores de 16 escolas municipais de Cuiabá aguardam capacitação para usar 5.700 tablets adquiridos para fins didáticos por meio de um projeto da Prefeitura em 2012. Cada aparelho foi comprado no valor de R$ 461,99 e o investimento total foi de R$ 2.633.343.

Os professores alegam que houve uma entrega simbólica dos aparelhos em dezembro de 2012, sendo entregues apenas seis tablets para uma equipe gestora.

‘’Na verdade só houve uma entrega solene para as escolas que vão participar do programa. Houve a entrega formal, mas até agora os demais não foram entregues às escolas e distribuídos às crianças”, explicou a diretora da Escola Municipal Marechal Rondon, uma das unidades incluídas no projeto.

Os tablets seriam entregues para crianças do ensino fundamental, do terceiro ao nono ano, além dos professores que os usariam em sala de aula. O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) diz que não foi apresentado nenhum programa pedagógico que ensine como usar os equipamentos.

A preocupação do sindicato é que o uso inadequado da tecnologia possa prejudicar o desenvolvimento dos alunos.

‘’Nós estamos na rede municipal com deficiências básicas, inclusive de infraestrutura. Houve, no nosso entender, uma inversão de prioridades, porque se usou um recurso para adquirir aparelhos e ainda não se fez a formação dos profissionais para mediar o uso desses aparelhos”, declarou a secretária de política educacional do sindicato, Maria Luíza Zanirato.

A Secretaria Municipal de Educação disse que adiou a entrega dos materiais porque é preciso capacitar os educadores e reestruturar a rede de internet dessas escolas.

‘’Nós entendemos que é uma iniciativa louvável. Vamos dar prosseguimento e, o mais rápido possível, passar à implementação do plano necessário para que o tablet passe a ser uma ferramenta das unidades escolares”, explicou o secretário da pasta, Gilberto Figueiredo. A secretaria estipulou um prazo de 90 dias para que os alunos e professores possam usar os aparelhos.