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Nacional
Sábado - 09 de Março de 2013 às 23:17

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O segurança e amigo do cantor Chorão, que foi encontrado morto na madrugada da última quarta-feira (6) em São Paulo, contou como era a relação com o músico, e como foi encontrá-lo sem vida. Victor Augusto Mehl diz que foi ele quem pegou o papel e a caneta para Chorão compor a nova música, “Meu Mundo Novo”.

Nos últimos oito anos a vida de Victor foi ao lado de Chorão. O segurança da banda ganhou a confiança do vocalista, e se transformou em amigo. “Eu tinha a senha do e-mail. Eu conquistei tanto a confiança que eu tinha a senha”, explica Victor. O segurança disse ainda que a confiança era tão grande que foi ele que pegou o papel para o cantor compor a nova música. “Vitão! Pega papel e caneta. Era papelzinho de hotel, do criado mudo, eram vários. Ou papel amassado, guardanapo, onde achava um papel escrevia a letra”, lembra.

O segurança que virou mais que amigo acompanhou os últimos momentos do músico. “Começou isso tudo no sábado, umas 2h da madrugada ele me ligou: Vitão, liga para o meu advogado porque o cara aqui da frente me colocou no Youtube”, explica. A última vez que os dois estiveram juntos foi na última segunda-feira, quando Chorão foi para o apartamento, em São Paulo. “Pede amanhã para o Cleber (o motorista) vir me buscar que eu vou para Santos. Daí ao meio-dia o motorista começou a ligar lá na guarita do prédio, e o porteiro interfonava lá em cima, porque ele não tinha telefone. O telefone dele era o meu telefone”.

O amigo pediu para que o motorista voltasse mais tarde pois achava que Chorão estava dormindo. “O motorista me ligou e falou que ele não atendia. Eu disse que ele deveria estar dormindo e pedi para ele (motorista) voltar mais tarde, que ele (Chorão) ia me ligar”, completa o segurança.

Na terça-feira a noite, Victor subiu a Serra com a chave do apartamento onde Chorão estava para ver o que tinha acontecido. "Virei metade da chave e falei que estava com medo, ficamos brancos. Mas falamos vamos lá, abrimos. Quando eu ouvi o grito dele: “Vitão, o cara está aqui no chão”. Aí eu comecei a ficar mal. Como assim? Quando eu olhei eu vi o cara (Chorão) no chão. Ele disse que o “tiozão” (Chorão) estava morto, eu falei mentira, cara”, se emociona o amigo.

Para Victor o que fica são as lembranças. “A gente sabe que vai morrer, mas o nosso cérebro é tão legal que não nos faz pensar na morte. Eu tenho orgulho, orgulho mesmo. Valeu “Choris”, vai deixar saudade”, completa.

Morte de Chorão (Foto: G1)

Morte
Chorão foi encontrado morto em seu apartamento na Rua Morás, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (6). Ele tinha 42 anos. O músico foi visto desacordado pelo seu motorista, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No local a unidade de resgate constatou que ele já estava morto.

A Polícia Militar disse ter recebido um chamado às 5h18 para "verificação de morte natural em um apartamento". Chorão morava no 8º andar do edifício. Segundo a assessoria do vocalista, o estado de saúde do cantor era bom. O músico estava de férias e embarcaria para os Estados Unidos em breve.

O apartamento do cantor estava danificado. A polícia acredita que os danos foram feitos pelo próprio cantor, já que o corpo de Chorão foi encontrado com o dedo machucado e havia sangue no local. O delegado Itagiba Vieira, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que não acredita que Chorão tenha sido vítima de homicídio.

Histórico
O cantor e letrista liderava a banda que foi formada e estabelecida na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, na década de 1990. Em 15 anos de carreira, a banda lançou dez discos, segundo o site oficial do grupo. Paulistano, adotou a cidade de Santos desde a juventude, onde criou o Charlie Brown Jr..

O grupo vendeu 5 milhões de cópias. Além de vocalista e letrista, Chorão era o responsável pelo direcionamento artístico e executivo da banda. Em 2004, o álbum "Tâmo aí na Atividade” foi premiado com o Grammy Latino. No ano passado, o grupo lançou o álbum “Música Popular Caiçara”, com destaque para a música "Céu Azul".

Chorão foi o único integrante do Charlie Brown Jr que esteve em todas as formações da banda. O apelido é da adolescência. Quando ele ainda não sabia andar de skate, ficava apenas olhando os amigos. Um deles virou para Chorão e disse para ele "não chorar".

Roteirista do filme “O Magnata”, já realizado, e do longa metragem “O Cobrador”, em andamento, como empresário administrou marcas de skate e viabilizou a realização de grandes eventos de skate no Brasil, além de manter o Chorão Skate Park em Santos.





Fonte: Do G1

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