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Polícia
Quarta - 13 de Março de 2013 às 07:57

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Dois investigadores da Polícia Civil lotados na Delegacia de Delitos de Trânsito no Cisc do Coxipó, em Cuiabá, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual pelo crime de corrupção passiva e agora também são alvos de alvos de um procedimento administrativo disciplinar instaurado pelo corregedor-geral da Polícia Civil, Luiz Fernando da Costa para investigar a conduta deles. Dorothy Rodrigues da Luz e Silvaldo de Souza foram presos em flagrante no início de fevereiro deste ano acusados de cobrar propina de R$ 200 de uma motociclista que se envolveu em um acidente, foi levada para atendimento no Pronto-Socorro de Cuiabá, mas depois foi procurada pelos acusados que exigiam propina para liberar o documento dela. No dia 10 de fevereiro eles tiveram o flagrante convertido em prisões preventivas.

Conforme a acusação, os investigadores foram até a unidade hospitalar extorquir a vítima devido o fato de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dela ser provisória e por isso exigiram a quantia em dinheiro para que a CNH fosse liberada. Isso porque, no pensamento dos policiais, com a carteira apreendida a motociclista Claudenice Xavier Gomes teria de ficar um ano sem habilitação, e ainda voltar para escolinha do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para fazer novos procedimentos para retirada de CNH.

Após a negociação, as vítimas Claudenice e Diogo da Cruz Kumakura entraram em contato com um amigo que por sua vez é policial militar, pedindo uma orientação sobre o assunto e foram instruídos para que fossem até a Corregedoria da Polícia Civil e denunciassem os policiais civis por corrupção passiva. Foi o que aconteceu e os acusados acabaram presos em flagrante por terem praticado o crime de corrupção passiva e concurso de pessoas.

Para isso, o delegado plantonista da delegacia do Coxipó onde os investigadores estão lotados, tirou fotos das notas que iriam ser entregues aos policiais. As vítimas foram até lá para entregar o dinheiro e restituir a CNH. Quando a vítima saiu da delegacia de posse do documento, os policiais que a acompanhavam adentraram na delegacia e encontraram em posse dos acusados as cédulas que haviam sido tiradas as fotos, como sendo as mesmas.

Na esfera criminal, o processo movido pelo Ministério Público Estadual (MPE) tramita na Vara Especializada contra o Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública, sob responsabilidade do juiz José Arimatéa Neves Costa. Ambos os acusados ingressaram com pedido de relaxamento da prisão preventiva, mas sem sucesso. Ela teve o pedido negado no dia 15 de fevereiro e ele no dia 20 também do mês passado. As defesas alegaram tratar-se de réus primários, servidores públicos com residência fixa e família constituída. A defesa de Dorothy Rodrigues da Luz pontuou que ela é servidora pública com mais de 30 anos de serviço, e nunca foi presa antes. Mesmo assim, o juiz José Arimatéa manteve as prisões.

Na sequência, eles ingressaram com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), porém ele teve a liminar negada no dia 4 deste mês pelo desembargador relator, Manoel Ornellas de Almeida. Por outro lado, Dorothy teve o pedido deferido por unanimidade pelos magistrados da 1ª Câmara Criminal do TJ nesta terça-feira (12) seguindo o voto do relator, desembargador Rui Ramos Ribeiro. Antes, porém, o pedido de liminar havia sido negado em 16 de fevereiro pelo relator plantonista José Jurandir de Lima.

Procedimento interno

Conforme ato publicado no Diário Oficial do Estado, corregedor-geral da Polícia Civil, Luiz Fernando da Costa determinou instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta dos acusados. De acordo com a publicação, o processo vai apurar a infração penal de quebra dos deveres do policial civil previstos no artigo 116 do Estatuto da Polícia Judiciária Civil, e ilícito disciplinar, vertidos em tese, nos deveres do policial civil previstos no artigo 219, II. O prazo é de 60 dias sendo prorrogável por igual prazo.
 





Fonte: A Gazeta

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