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Quinta - 14 de Março de 2013 às 08:55

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Agente recebeu atendimento do Samu após passar três horas como refém no Pomeri (Foto: Dhiego Maia/G1)Agente recebeu atendimento do Samu após passar três horas como refém no Pomeri (Foto: Dhiego Maia/G1)

Um agente prisional de 48 anos foi mantido refém por quase três horas no Centro Socioeducativo do Pomeri, na noite desta quarta-feira (13), em Cuiabá. De posse de armas artesanais, três adolescentes da Ala 3 renderam o agente no momento em que o profissional trancava as celas da unidade.

O agente só foi liberado quando os menores receberam a garantia da Justiça de que seriam transferidos do Pomeri para unidades de Barra do Garças e Rondonópolis. Abalado emocionalmente com a situação, o agente recebeu atendimento médico por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local e, em seguida, foi levado para casa.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que administra o sistema prisional em Mato Grosso, ninguém se feriu durante o tumulto. Para a juíza da Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, Gleide Bispo dos Santos, o local é insalubre e não tem condições de receber os adolescentes.

“Não é local para receber seres humanos e muito menos animais. A secretaria de Justiça e Direitos Humanos sabe disso. Os adolescentes convivem com ratos e baratas. Os agentes dormem no chão porque não tem lugar para descanso”, revelou a magistrada.

A juíza ressaltou ainda que o Pomeri está interditado judicialmente há mais de um ano e, mesmo assim, continua a receber adolescentes advindos de várias regiões do estado. “O complexo está interditado porque atingiu o seu limite. O governo do estado precisa olhar para o sistema socioeducativo porque no nosso país a criança e o adolescente são prioridade. Mas não é o que está acontecendo no estado”, explicou.

Nova unidade

Menores infratores superlotam Complexo Pomeri, maior unidade do estado (Foto: Jocil Serra)

Juíza da Infância diz que local não tem condições de
abrigar nem animais (Foto: Jocil Serra)

A juíza também criticou a morosidade da construção do novo Centro Socioeducativo em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Segundo ela, o espaço já consumiu R$ 7 milhões e ainda não foi entregue à sociedade. “Não há nem expectativa que o complexo fique pronto. Tenho conhecimento de unidades do mesmo padrão que custaram a metade disso. Falta planejamento, organização e respeito”, afirmou.

O secretário adjunto de Direitos Humanos, Valdenir Pascoal, informou que a construção do novo Centro Socioeducativo em Várzea Grande, que terá capacidade para abrigar 60 jovens, será retomada. Ele não quis rebater as críticas da juíza da Vara da Infância a respeito do Pomeri, mas enfatizou que vai implementar medidas para aliviar os problemas emergenciais do complexo do Pomeri.

Para o presidente em exercício do Sindicato dos Agentes do Sistema Socioeducativo de Cuiabá, Paulo César de Souza, a falta de efetivo é um dos grande gargalos que travam o cumprimento do objetivo do Pomeri que é a ressocialização. “Se os adolescentes quiserem eles conseguem arrancar até as grades. Não tem agentes suficientes para a quantidade de jovens. Nós somos heróis para lidarmos com adolescentes como esses”, afirmou o representante.





Fonte: Do G1 MT

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