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Polícia
Sábado - 23 de Março de 2013 às 09:28

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Mary Juruna/MidiaNews
Superintendente de Gestão Penitenciária, Gilberto Carvalho diz que o número de agentes está longe do ideal
Superintendente de Gestão Penitenciária, Gilberto Carvalho diz que o número de agentes está longe do ideal

Os seis bandidos que fugiram da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, no começo desta semana, são criminosos de alta periculosidade, segundo perfis divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos.


Entre os crimes cometidos estão assaltos a bancos, homicídios, tráfico de drogas, assaltos a mão armada, sequestro e formação de quadrilha.

Estão foragidos da Justiça: André de Souza Neves (homicídio), Silvio Marino Thomé (tráfico de drogas), Evandro Luz de Santana (roubo especializado em caminhonetes e cárcere privado), Edmilson Ferreira Lima (roubo a bancos na modalidade “saidinha de banco” e formação de quadrilha), Paulo Roberto Freitas Marinho (tráfico de drogas) e Damião Siqueira de Almeida (assalto a banco e extorsão mediante sequestro).

A fuga dos seis foi confirmada pela secretaria na última quarta-feira (20). Acredita-se que os criminosos tenham fugido na madrugada de domingo (17).

Agentes prisionais da PCE só perceberam a fuga na terça-feira (19), quando encontraram uma corda e grades serradas, no Raio 2 da unidade prisional.

Durante entrevista coletiva, o diretor da unidade prisional, Kleiton Aires, não descartou a possibilidade de agentes prisionais terem facilitado a ação.

“Acreditamos que os presos tenham fugido na madrugada de domingo para segunda-feira. Fizemos a recontagem e constatamos que esses seis reeducandos fugiram. O caso está sendo investigado. Ainda não descartamos nenhuma possibilidade. Todas as hipóteses são consideradas”, disse.

Falta de efetivo

A direção da unidade disse que os agentes prisionais não perceberam movimentações diferentes no pátio da unidade indicando a fuga.

A Penitenciária Central do Estado localizada no bairro Paschoal Ramos, às margens da BR-364, tem capacidade para abrigar 870 detentos, mas, atualmente, conta com 1.924.

A segurança do prédio é feita por 40 agentes prisionais, no total.

Apenas quatro agentes trabalham como sentinelas, nas guaritas elevadas da unidade. De acordo com o superintendente de Gestão Penitenciária, Gilberto Carvalho, o número de agentes está longe do ideal.

“O número de agentes não é ideal para atender à demanda, mas a secretaria trabalha com o efetivo que tem, com capacitação para que eles possam atuar da melhor forma", disse Carvalho.

Investigação e suspeitas

As investigações da fuga dos seis presos foram transferidas para a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Já nesta sexta-feira, o delegado Gianmarco Pacolla Capoanni deverá ouvir os agentes prisionais e também policiais militares que estavam de plantão no dia da fuga.

Os presos da cela três do Raio 2 não tiveram dificuldades para escalar o muro, pois naquele setor o muro não dispõe da concertina – espécie de arame farpado enrolado.

O que chamou a atenção é que o local indicado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos fica próximo a uma torre de vigilância.

A GCCO quer saber o motivo de nenhum dos agentes prisionais ou policiais militares, que atuam na unidade, terem visto a fuga, pois os presos tiveram que cortar diversas grades para chegar próximo do muro e usar uma “mariatereza” para escalar o muro.

Uma série de coincidências levaram os policiais a não descartarem a hipótese da fuga ter sido facilitada.

“Não é possível que uma fuga numa penitenciária de segurança máxima tenha ocorrido através do muro e com mariatereza”, observou um policial.

Os policiais investigam também a informação de que os presos teriam negociado a fuga, quando saíam da Penitenciária para audiências no Fórum Criminal, tanto da Capital como de Várzea Grande.
 
“Não sabemos se, dos seis presos, todos participaram de audiências nos últimos dias. Vamos checar”, disse um policial.

 






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