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Polícia
Segunda - 25 de Março de 2013 às 20:30

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Dois empresários presos na noite de domingo (24) pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) teriam contratado uma quadrilha responsável por assassinar um ex-sócio em abril do ano passado e mascarar o atentado como um roubo, segundo denúncia formulada pelo Ministério Público Estadual (MPE), que provocou o decreto de prisão preventiva contra oito pessoas. Os mandados de prisão começaram a ser cumpridos neste fim de semana em operação denominada "Tentáculos". Cinco mandados ainda devem ser cumpridos.

Em abril de 2012, homens armados invadiram uma fazenda em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e aterrorizaram os funcionários. Um garimpo funciona no local e os assaltantes aproveitaram para levar objetos como relógios, celulares, óculos, dinheiro, um detector de metais e 100 gramas de ouro. Na fuga, depararam-se com uma caminhonete a bordo da qual estavam dois empresários responsáveis pela fazenda. A caminhonete foi metralhada e os ocupantes só não se feriram devido à blindagem do veículo.

A princípio, o caso foi investigado como tentativa de latrocínio. Contudo, o MPE apontou à Justiça que, apesar da quantia em ouro e dos objetos levados dos funcionários da fazenda, a ação consistiu numa tentativa frustrada de atentado contra a vida dos empresários.

Na denúncia oferecida à Justiça e acolhida na última quinta-feira (21), o MPE relembra que um dos empresários a bordo da caminhonete foi vítima de ameaça no início do ano passado por parte de Filadelfo dos Reis Dias (preso na noite de domingo e liberado nesta segunda-feira) após desavença comercial entre eles, que eram sócios. A ameaça foi proferida dentro de um café no centro de Cuiabá.

À época, segundo o Ministério Público, Filadelfo demonstrava intenção de adquirir a fazenda na qual toda a ação ocorreu devido ao grande potencial da mina de ouro do local. Depois do desentendimento com o sócio, ficou sabendo que ele havia se juntado a outros dois empresários e conseguido adquirir a propriedade rural. O fato, para o MPE, bastou para Filadelfo engendrar um plano de atentado contra o ex-sócio. Enquanto isso, a vítima se adiantou e providenciou a blindagem de seu carro.

Tentativa de homicídio
Para o atentado, Filadelfo teria contado com a ajuda de Marcelo Takahashi, o qual se imcumbiu de fazer contato e contratar uma quadrilha descrita como "fortemente armada e organizada, que cometia os mais terríveis crimes nestas terras mato-grossenses e em outros rincões". Assim como Filadelfo, Takahashi foi preso na noite deste domingo, mas conseguiu liberação por meio de habeas corpus nesta segunda-feira (25).

"A ação criminosa deveria ser empreendida de modo a parecer se tratar de mero crime contra o patrimônio seguido de morte e não o que efetivamente se desejava – um homicídio mercenário, qual seja, por mandato remunerado", registra o MPE na denúncia acompanhada de pedido de prisão preventiva de todos os envolvidos.

"Segundo apurado, inobstante a intenção dos indiciados em ceifar a vida da vítima, aproveitando-se da situação e ainda como forma de mascarar a intenção homicida, no dia dos fatos, os indiciados subtraíram os celulares e alguns pertences pessoais dos trabalhadores do local, aliança em ouro, aproximadamente 100g de ouro e um detector de metal", relatou o MPE.

Prisões
Filadelfo e Takahashi foram denunciados pelo MPE por tentativa de homicídio assim como outras seis pessoas envolvidas no atentado contra os dois empresários em abril de 2012. Suas defesas consideraram as prisões arbitrárias. O MPE afirmou desconhecer oficialmente os habeas corpus concedidos a ambos, mas informou que estudará eventuais recursos judiciais.

Advogado de Filadelfo, Huendel Rolim alegou que seu cliente havia se colocado à disposição da Justiça para prestar todas as informações necessárias ao processo antes de acabar preso.

Já Eduardo Mahon, advogado de Takahashi, considerou toda a operação do MPE "um escândalo". "É mais um panfleto publicitário que um processo que eu considere digno. Está fadada ao insucesso porque nada vai se provar contra Filadelfo e Takahashi", asseverou.

Um dos demais acusados e que tiveram a prisão preventiva decretada já se encontra preso provisoriamente, segundo informou o MPE. Outro denunciado é um dos fugitivos que escaparam da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, na semana passada. Os demais mandados de prisão preventiva seguem em aberto para serem cumpridos pelo Gaeco e pela Polícia Civil.
 





Fonte: Do G1 MT

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