Rapaz diz que Susana fez cócegas na barriga da criança. Delegado de Barra do Piraí diz que mulher matou João sozinha.
Taxista: garoto e manicure "brincavam"
O taxista que levou a manicure Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo até a escola para buscar o menino João Felipe Eiras Santana Bichara, 6 anos, e depois os deixou no hotel onde a criança foi morta em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, disse que em momento algum a criança estranhou a mulher. “Eles foram brincando, ela estava fazendo cosquinha na barriga dele”, contou Rafael Fernandes em entrevista para a TV Rio Sul.
Ainda de acordo com o rapaz, a suspeita teria dado orientação a ele quando se aproximou da escola. “Quando chegou próximo, ela começou a falar no celular. Eu não sei se ela estava fingindo ou se estava falando com alguém, mas quando eu parei em frente ao portão da escola ela falou: ‘Olha o João ali, você pega ele pra mim?’”, contou o taxista na delegacia, ressaltando que a criança já estava em um banco a espera do táxi. Ele também contou que Susana justificou a ida para um hotel dizendo que sua casa estava em obra.
Na noite de quarta-feira (27), a mãe de João, a empresária Aline Santana prestou depoimento, mas o delegado ainda precisa ouvir a camareira do hotel e o pai da criança.
Delegado afirma que manicure agiu sozinha
O delegado José Mário Omena, responsável pela investigação da morte do menino João Felipe Eiras Santana Bichara, 6 anos, em Barra do Piraí, Região Sul Fluminense, analisou as imagens do hotel para onde a manicure Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo levou a criança antes de matá-la e disse não ter mais nenhuma dúvida de que ela agiu sozinha. "Nas imagens, só ela aparece chegando e saindo. Não tenho dúvida de que ela não recebeu a ajuda de ninguém para cometer esse crime", disse Omena ao G1 na manhã desta quinta-feira (28).
Menino encontrado em mala é sepultado em Barra
do Piraí (RJ) (Foto: Reprodução Globo News)
Manicure Susana do Carmo está em Bangu
(Foto: Divulgação / Seap)
Susana, que está presa no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, confessou ter matado João Felipe na segunda (25), depois de ligar para a escola onde ele estudava se passando pela mãe, pedir para que ele fosse liberado da aula e colocado em um táxi. O garoto foi levado para o Hotel São Luís, onde acabou asfixiado. O corpo foi colocado em uma mala e achado pela polícia na casa de Susana. Uma das cinco versões dadas à polícia pela suspeita era de que o motivo do crime seria se vingar do pai da criança, com quem teria um relacionamento.
Depoimento do pai
José Mario Omena pretende ouvir o pai da criança, o empresário Heraldo Bichara Júnior, na próxima semana. Inicialmente, o depoimento dele estava marcado para a manhã desta quarta (27), mas um advogado da família informou que o pai não tinha condições de depor.
“Não adianta ouvir a testemunha assim, abalada. Temos que respeitar, deixar a poeira baixar, mas ele, o pai, é o depoimento mais importante, porque pode ajudar a esclarecer a motivação do crime”, contou Omena.
A polícia pretende entregar o inquérito para apreciação do MP após a quarta-feira (3).
Pai nega caso com manicure
O empresário Heraldo Bichara Júnior negou qualquer envolvimento com a suspeita, Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo.
“Nunca houve nada entre a gente”, afirmou Heraldo em entrevista ao G1. Ele disse ainda que João Felipe não tinha autorização para ser retirado do Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira por nenhum táxi
“Era sempre a mãe dele quem buscava e levava. Nunca mandamos táxi. Inclusive no início do ano foi nos dado uma ficha de autorização que a gente preencheu informando quem seriam as pessoas que poderiam buscar o João na escola. E somente eu, a Aline (mãe do garoto), meu pai e uma cunhada, que também tinha os filhos estudando no colégio, poderiam buscar ele na escola. Mas era sempre a Aline quem levava e buscava”, revelou.
Heraldo Jr. afirmou ainda que a família não pensa em processar a escola. “Não pensamos nisso, mas o colégio não pode querer jogar, dividir a culpa com a gente, que não temos. Essas versões apresentadas agora pelo colégio não condizem com a verdade”, concluiu.
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