Presidente morto pode ter sido infectado, acredita candidato à sucessão. Venezuela vota em 14 de abril com confronto entre Maduro e Capriles.
Maduro volta a dizer que morte de Chávez será investigada
O presidente Hugo Chávez lutou por sua vida "até o último segundo" e acreditou que podia se salvar, declarou o presidente interino e candidato à presidência da Venezuela, Nicolás Maduro, em uma entrevista à France Presse na qual reafirmou seu desejo de investigar a morte do presidente.
"Até o último segundo de sua vida, ele acreditou que ia viver e queria viver", garantiu.
Maduro lembrou, visivelmente emocionado, como chegou no dia 5 de março ao hospital militar de Caracas, onde o chefe de Estado estava internado, com a intenção de discutir com Chávez vários temas pendentes. Horas depois precisou anunciar ao país que o líder havia falecido.
"Eu carregava uma pasta vermelha com todas as decisões pendentes. Eu pensava que neste dia daria a ele e falaríamos de vários temas. Mas fiquei ali com a pasta. E assim ele se foi, certamente pensando o mesmo. Ele sempre quis viver, tinha um otimismo e uma fé pela vida gigantescos", disse.
A doença de Chávez foi administrada com uma grande discrição, e os venezuelanos não sabem até hoje que tipo de câncer o presidente sofreu durante quase dois anos.
Isso abriu espaço para diversos rumores sobre seu verdadeiro estado de saúde, sobretudo a partir de dezembro, quando o líder desapareceu totalmente da vida pública.
Maduro reiterou novamente seu desejo de investigar a fundo a morte de Chávez. Horas antes de anunciar seu falecimento, o então vice-presidente insinuou que os inimigos históricos do país poderiam ter provocado o câncer no líder.
"É um tema muito delicado. Eu pessoalmente acredito que é preciso fazer uma investigação a fundo. Você sabe que alguns poderes no mundo vêm testando armas para propagar vírus ou câncer, e eu acredito que infectaram o comandante Chávez. É uma convicção pessoal. Tenho muitos motivos e muita informação para acreditar nisso", disse.
Os venezuelanos elegerão o sucessor de Chávez no dia 14 de abril entre Maduro e o candidato opositor Henrique Capriles.
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