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Polícia
Segunda - 01 de Abril de 2013 às 10:37

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Alessandra foi morta após ser esfaqueada no pescoço (Foto: Arquivo pessoal)
Alessandra foi morta após ser esfaqueada no pescoço (Foto: Arquivo pessoal)

O assassinato da advogada Alessandra Martignago, de 30 anos, na sexta-feira (29), em Primavera do Leste, a 239 km da capital, não seria o primeiro cometido pelo paraguaio Cristiano Inácio dos Santos, de 24 anos. Ele também está sendo investigado por suspeita de matar outra mulher, em novembro do ano passado, na cidade, após invadir a casa dela, assim como aconteceu desta vez. "O "modus operandi" o coloca como suspeito desse delito também", afirmou o delegado da Polícia Civil, Marcelo Jardim, que apura os crimes.

Alessandra foi morta na casa dela, com facadas no pescoço. Segundo a polícia, o suspeito invadiu a residência dela e, em seguida, teria tentado forçá-la a manter relações com ela. As marcas no rosto da vítima, inclusive a fratura da mandícula, mostram que ela tentou se defender e acabou morrendo, de acordo com o delegado. À princípio, não houve sinais de violência sexual. No entanto, o laudo de perícia que deverá apontar se houve ou não conjunção carnal. "Tudo indica que seja um maníaco que estava pretendendo algo como violência sexual", avaliou.

No crime ocorrido no ano passado, o paraguaio foi visto no velório e no cemitério onde o corpo da vítima foi sepultado. "Testemunhas viram ele no velório. Lá ele disse algo demonstrando espanto com a quantidade de pessoas no local. Depois, alguém o viu chorando no túmulo da vítima", contou o delegado sobre os indícios que o jovem teria matado essa outra mulher. Para o delegado, o suspeito possui perfil psicótico. "A maneira como ele agiu indica que ele tem problemas psicológicos", pontuou.

Marcelo Jardim argumentou que o comportamento do suspeito indica psicopatia, principalmente pela frieza após os crimes. "Depois de protagonizar cenas violentas, ele agia como se nada tivesse acontecido. A ex-mulher dele disse que ele era extremamente frio. Ao mesmo tempo que praticava situações violentas, já ficava calmo", contou o delegado. A ex-mulher do suspeito havia trabalhado na casa de Alessandra e até então, segundo a polícia, essa seria a única ligação entre o suspeito e a vítima, que não o conhecia.

O delegado afirmou que a advogada demonstrou não conhecer o suspeito, pois, cerca de duas semanas antes da morte, ele havia entrado na casa dela. "Ela entrou na casa e ficou só de cueca na sala", disse. Porém, dessa vez, o irmão da vítima também estava na casa e o suspeito fugiu. Na ocasião, Alessandra registrou boletim de ocorrência, já que alguns objetos pessoais dela haviam sido levados, mas ela não o teria reconhecido como sendo o marido da ex-funcionária. "Possivelmente, ela nunca o teria visto mesmo, pois ele ia na casa somente para buscar a então mulher dele", avaliou.

Acreditamos que seja um psicótico (...) que criou uma fantasia e tentou consumá-la"
Delegado Marcelo Jardim, que investiga o crime

Marcelo disse que, apesar dos indícios de psicopatia, um especialista no assunto que deverá analisar o caso de Cristiano, que encontra-se internado em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital Regional de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, sem previsão de alta. Isso após sofrer um acidente com a caminhonete da vítima, que havia levado da residência depois de matá-la. Ele já teve a prisão preventiva decretada por latrocínio.

Desde o assassinato, quatro testemunhas foram ouvidas, sendo a ex-mulher do suspeito e ex-funcionária da vítima, além de três colegas de trabalho do suspeito. "Os colegas disseram que ele costuma beber muito, mas que era tranquilo, calmo. Disseram que ele havia falado que estava tendo um relacionamento amoroso com ela", disse o delegado, ao avaliar que, ao que tudo indica, se tratavam de histórias fantasiosas do suspeito. Familiares da advogada e o ex-marido dela também devem ser intimados a depor sobre o caso.

Além da suspeita de outro homicídio, Cristiano, que mora há três anos no Brasil, já havia sido denunciado pela ex-mulher por estupro e por tentativa de estupro contra uma adolescente de 14 anos. Os casos ainda estão sob investigação.

Sobre a obsessão do suspeito com a advogada, que teria motivado o crime diante da recusa dela, o delegado avaliou que tudo indica que ele tivesse criado uma fantasia em relação à vítima. "Acreditamos que seja um psicótico, com histórico de violência anterior, tanto sexual, quanto de morte, que criou uma fantasia na cabeça dele e tentou consumá-la", frisou.

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Caminhonete de advogada ficou destruída após acidente (Foto: Clique F5)

Caminhonete de advogada ficou destruída após acidente
(Foto: Clique F5)

Cristiano sofreu o acidente e foi preso depois que a família denunciou à polícia ter visto o criminoso andando pelas ruas da cidade no carro da advogada. Após matá-la, o suspeito havia fugido na caminhonete da vítima, levando a bolsa dela, contendo cerca de R$ 5 mil em dinheiro, e documentos pessoais. Com ele, a polícia também apreendeu objetos furtados da casa da advogada há alguns dias.

Conforme a polícia, momentos depois do assassinato, a família de Alessandra chegou na casa e viu que o carro dela não estava e a residência estava fechada, sendo informada por um vizinho de que alguém havia saído com o veículo da advogada. A irmã dela viu um homem com duas mulheres no carro e chamou a polícia. Na perseguição policial, um dos disparos atingiu a perna do suspeito, de acordo com a Polícia Civil.





Fonte: Do G1 MT

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