A manicure Suzana Figueiredo, assassina confessa do menino João Felipe Eiras, de 6 anos — morto por asfixia num quarto de hotel em Barra do Piraí, no Sul Fluminense — planejou comprar, entre outras coisas, uma peruca com os R$ 300 mil que pediria como resgate pelo garoto. Numa carta entregue à polícia pela mãe de Suzana, Simone de Oliveira, a manicure escreveu que também desejava dois televisores — um para o quarto e outro para a sala — um microondas, uma cama e até uma peruca. De presente para alguém identificado como Breno no texto, ela daria uma moto de até R$ 10 mil.
Na lista de planos de Suzana, também estavam diversos pagamentos de dívidas: só a um banco, a uma operadora de telefone e a uma loja, ela devia R$ 1.200. Ela também devia R$ 7,4 mil a Ícaro, seu ex-marido. O restante do dinheiro, cerca de R$ 290 mil, ficaria para ela.
O delegado João Mário Omena, titular da 88ª DP, afirmou que as cartas provam que Suzana agiu sozinha no crime.
— Ela não anotou pagamento para ninguém, nem afirma que pagaria a outras pessoas que podem tê-la ajudado no sequestro. Fez tudo sozinha — disse Omena.
Para o delegado, Suzana fez as anotações para ocultar o crime de homicídio:
— Ela queria que acreditássemos que planejou um sequestro, mas essa informação só qualifica o homicídio — diz.
Depoimento de ex-namorado
Em seu depoimento, nesta segunda-feira, Maicon Olímpio, ex-namorado de Suzana, contou que ela dizia ter raiva de João Felipe. O ambulante contou ainda que a manicure afirmava que o pai do menino a assediava.
- Suzana tinha raiva do filho da Ingrid. Quando estávamos juntos, ela sempre dizia que não suportava ele, que ele era violento e vivia batendo nela. Ela falava que tinha vontade de revidar, mas nunca contou nada à mãe, porque tinha medo de perder a amizade. Ela também falava que Heraldo, pai do menino, assediava ela, mas dizia que nada havia acontecido entre eles - contou Olímpio.
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