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Cidades
Sábado - 06 de Abril de 2013 às 07:54

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Haitianos têm pagado de três a quatro mil dólares a “guias” de imigrantes ilegais, os chamados “coiotes”, para entrar no Brasil clandestinamente pelas fronteiras do Acre e Amazonas e depois seguirem viagem até Cuiabá, uma das cidades mais procuradas.

Atraídos, principalmente, pelas obras da Copa do Mundo, eles chegam em grande número atrás de trabalho.

Conforme o diretor do Centro de Pastoral do Migrante de Cuiabá, Olmes Milani, padre que está trabalha com a questão da imigração há mais de 40 anos, grande parte dos haitianos que se encontram ou que já passaram pelo local recentemente pagaram intermediários para entrar no Brasil de forma ilegal.

“Eles não gostam de falar muito sobre isso. É uma experiência constrangedora. Muitos ficam pelo caminho”, afirmou.

Atualmente, das 38 pessoas que residem na Pastoral, 34 são do Haiti. O local tem capacidade para 51 pessoas.

Desde o início do ano até o presente momento, dos 90 estrangeiros atendidos pela Pastoral, 66 eram do Haiti. A quantia é 40% superior ao número de haitianos recebidos pela entidade em todo o ano passado.

Desde o terremoto de 2010, que devastou quase todo o Haiti e matou aproximadamente 600 mil pessoas, o Brasil tem dado apoio ao país, inclusive enviando tropas do exército e mantimentos.

Mesmo com o governo brasileiro tendo adotado uma linha suave, no que concerne à recepção dos egressos do Haiti, muitos, por terem perdido toda a documentação na tragédia e no desespero de sair logo do país, aceitam pagar a quantia aos “coiotes” para poderem começar uma vida nova em outro lugar.

Os “coiotes”, no caso dos haitianos, atuam tanto em Porto Príncipe, capital do país, como no Brasil e em outros países próximos.

Sem nenhum tipo de garantia ou segurança, eles se encarregam de fazer o transporte e seguem por rotas e atalhos remotos, até conseguirem chegar à região de fronteira e despachar os viajantes.

Nesta sexta-feira (5), a Polícia Federal e a Secretaria de Direitos Humanos do Acre, pela primeira vez, comprovaram que o Brasil encontra-se na rota do tráfico de haitianos.

Foram detidos um adolescente haitiano de 14 anos, vindo de Porto Príncipe, e o conterrâneo Inocente Olibrice, maior de idade.

O adolescente está sob a guarda da Secretaria de Direitos Humanos e foi encaminhado de volta ao abrigo, em Brasileia (AC), onde 1.100 haitianos aguardam regularização, pela Polícia Federal, da entrada ilegal no Brasil.

Já o “coiote” foi recolhido para a penitenciária de Rio Branco (AC), onde ficará detido enquanto responder a processo por tráfico de seres humanos e estelionato.

 






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