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Cidades
Quarta - 10 de Abril de 2013 às 07:09

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Os compradores de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) e certificados de Curso de Transporte de Cargas Perigosas, Transporte de Passageiros e Coletivos falsos têm idade entre 30 e 50 anos. Afirmação foi feita pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (9).

A Operação Nacional contra a Corrupção foi deflagrada pelo Ministério Público, em parceria com diversos órgãos, e deve cumprir mandados de prisão, de busca e apreensão, de bloqueio de bens e de afastamento das funções públicas em pelo menos 12 estados. O desvio de verbas públicas sob investigação ultrapassa R$ 1,1 bilhão.

Operação Geco e PRF em MS_Risco Duplo (Foto: Tatiane Queiroz/ G1MS)Um dos presos foi transportado de helicóptero, de Cuiabá para Campo Grande (Foto: Tatiane Queiroz/ G1MS)

“Geralmente são pessoas semianalfabetas que não teriam condições de passar no exame do Detran. Pessoas que precisam trabalhar e compram esse documento”, afirmou Oliveira.

O coordenador do Gaeco declarou que há indícios de que funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso forneciam o papel-moeda utilizado na fabricação dos documentos, já que o material não teria sido furtado.

Ainda segundo Oliveira, a investigação aponta que exames eram fraudados no Detran de Mato Grosso do Sul, como o de baliza. “Estamos fazendo um mapeamento para buscar pessoas que compraram CNHs falsas”.

Além de funcionários do Detran, Oliveira disse que donos de autoescolas estão envolvidos no crime. “Dos que estão presos, dois são donos de autoescola. Eles negam o crime, mas os aliciadores presos garantem que indicaram para algumas pessoas as empresas para a liberação do certificado de presença em aulas teóricas”, detalhou.

Autoridades participaram de coletiva de imprensa.  (Foto: Yarima Mecchi / G1 MS)

Autoridades da PRF e do Ministério Público durante
coletiva (Foto: Yarima Mecchi / G1 MS)

Presos
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, Humberto de Matos Brittes, afirmou que os sete presos durante a operação em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul serão divididos em duas delegacias da capital sul-mato-grossense: quatro para a Delegacia Especializada de Furtos e Roubo de Veículos (Defurv) e três - que possuem ensino superior - para a 3ª Delegacia de Polícia Civil.

“Essa é apenas uma parte da quadrilha. Ainda estamos investigando funcionários do Detran dos dois estados”, garantiu.

Oliveira disse ainda que uma psicóloga será investigada por suspeita de fraudes em exames psicológicos no Detran de Mato Grosso do Sul.

Polícia
O chefe da seção de policiamento e fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Airton Motti Júnior, disse que 170 policiais atuaram na operação e 25 viaturas e uma aeronave foram utilizadas. Segundo Motti, em três meses, seis CNHs falsas foram apreendidas.

“Os condutores falavam em depoimento com quem tinham conseguido o documento e, com isso, nós conseguimos acionar o Ministério Público”, afirmou.

Motti alertou para o perigo que os condutores correm ao não fazer o curso no Detran. “São condutores mal informados que não sabem as leis e, muitas vezes, causam acidentes”, concluiu.

Operação Risco Duplo em MS e MT (Foto: Tatiane Queiroz/ G1MS)

Cédulas originais foram usadas para dados falsos de condutores (Foto: Tatiane Queiroz/ G1MS)

O esquema
Entre os presos da Operação Risco Duplo, estão três irmãos residentes em Anastácio, a 134 km de Campo Grande. Segundo a PRF, o mais velho, de 48 anos, seria um dos líderes da quadrilha de falsificação de carteiras de habilitação e certificado de cursos de transporte.

Todos os mandados de prisão foram cumpridos em Nioaque, Anastácio, Jateí e Sidrolândia - em Mato Grosso do Sul - e em Cuiabá. A prisão expedida pela 2ª Vara Criminal de Fátima do Sul é temporária, válida por cinco dias.

O homem detido em Cuiabá seria o fornecedor dos "espelhos", material usado para a confecção dos documentos. Segundo a PRF, a falsificação estava nos dados repassados pelos clientes. As CNHs valiam de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. Os certificados de Cursos de Transporte de Cargas Perigosas, Transporte de Passageiros e Coletivos custavam R$ 400, segundo o promotor Marcos Alex Oliveira, coordenador do Gaeco. Os outros detidos seriam aliciadores de clientes para o esquema.

As investigações começaram há seis meses e, de acordo com MPE, a fraude ultrapassa o montante de R$ 500 mil.





Fonte: Do G1 MS

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