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Cidades
Quarta - 10 de Abril de 2013 às 11:54

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Mato Grosso está superando, por mais um ano consecutivo, o próprio recorde de produção de grãos e fibras e assegurando a liderança nacional das commodities agrícolas. O topo está garantido graças ao avanço das áreas plantadas com soja e milho que evoluíram de um ciclo para outro, 12% e 25%, respectivamente. O milho, por exemplo, superou a casa dos 3 milhões de hectares cultivados e a segunda safra com o cereal trouxe novo ineditismo à série histórica: a superfície coberta representa neste ciclo 42,25% da área da soja, cultura que abre o ano-safra no Estado e é carro-chefe do agronegócio e das exportações locais.

Essa safra fecha com produtividade negativa, uma imposição do clima adverso e das pragas e doenças que tiraram o sono e a renda do produtor, especialmente, na sojicultura.

Ontem, o volume estimado para a safra 12/13 foi revisado para cima, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ao contrário do levantamento de março quando a correção mensal reduziu em 0,5% em relação à estimativa anterior (fevereiro), neste sétimo levantamento a produção foi elevada para 43,60 milhões de toneladas (t), incremento de 8,1% sobre o volume de 40,35 milhões t contabilizados em 2011/12. Essa revisão da Conab supera inclusive a inicial que previa 43,47 milhões t para Mato Grosso. Em média, a produtividade estadual de grãos e fibras encolheu 2,9% em relação ao ciclo anterior.

A perda do rendimento por hectare é visível quando se compara o volume estadual com o nacional. Mesmo com números recordes, a participação mato-grossense sobre o total nacional encolhe de 24,28% para 23,69%. Na comparação, a produção estadual passou de 40,35 milhões t para previsão de 43,60 milhões t e a nacional de 166,17 milhões t para 184,04 milhões. No Centro-Oeste, Mato Grosso responde por 59% do total.

Paraná, o principal concorrente do Estado, fecha o ciclo com uma safra de recuperação em relação ao ano anterior, ao passar de 31,44 milhões t para 37,33 milhões t, alta de 18,7%.

CULTURAS – O milho ganha novamente destaque na produção mato-grossense. Mesmo com um início de cultivo complicado em função dos atrasos na colheita da soja – que automaticamente represa o cultivo do cereal, pois a área usada é a mesma – a superfície plantada foi recorde, ultrapassou os 3,30 milhões ha, crescimento de 25% sobre a área anterior, 2,64 milhões. O peso da perda de produtividade é real já que a expansão espacial representa mais que o dobro da produção.

Outro diferencial das previsões ao milho é o ganho de participação sobre o total nacional. Considerando a projeção para o Estado e para o Brasil, 42,68 milhões t, Mato Grosso ofertará neste ciclo 40% do total segunda safra, ante 38,4% na safra 2011/12. A participação poderia ser maior, não fosse a perspectiva de uma produtividade 10% inferior.

Segundo a Conab, o volume, mesmo recorde para o milho segunda safra, passa de 15,02 milhões t para 16,78 milhões, ou, 11,7% maior. Mas, a estimativa é passível de correções durante os próximos meses, a lavoura está em desenvolvimento no campo e há risco decorrente do plantio fora do período tecnicamente recomendado, que no Estado vai até o final de fevereiro.

SOJA – Supremacia do grão segue conduzindo o agronegócio estadual. Com a colheita já encerrada, a produção atinge 23,93 milhões t, superando em 9,5% a anterior, 21,84 milhões t. A área também evoluiu acima do volume. Conforme a Conab, foram cultivados 7,81 milhões ha ante 6,98 milhões em 11/12, mas a produtividade ficou 2,2% abaixo do observado ano passado. O fator clima que tirou o rendimento esperado da soja mato-grossense não impediu que o Brasil batesse, até o momento, os Estados Unidos, como vinha sendo prospectado no ano passado. A produção supera os 80 milhões t do principal concorrente mundial ao somar 81,94 milhões t, 23,4% acima do ano anterior, quando colheu 66,38 milhões t. No país, a área plantada da oleaginosa, 27,71 milhões ha é recorde e supera em 10,7% a superfície anterior.

Ainda entre as importantes commodities produzidas em Mato Grosso está o algodão e o arroz, ambos em trajetórias distintas. A pluma, em pleno desenvolvimento no campo, deve ter a produção 35,7% inferior ao ano passado, já que a área cultivada encolheu 36%. Conforme o sétimo levantamento da Conab, Mato Grosso segue ofertando mais de 59% da pluma nacional, mas a área plantada em função da migração para o milho, por exemplo, passou de 725,7 mil ha para 464,4 mil e a produção deve atingir 637,3 mil t ante 1,04 milhão t.

O arroz recupera parte da área, de 143,4 mil ha para 166,3 mil, ganho de 16% e a produção de 461,3 mil t para 528 mil t, +14,5%.
 






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