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Cidades
Quinta - 11 de Abril de 2013 às 05:57

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Agentes do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apreenderam R$ 7,2 mil e mais US$ 2 mil na residência do proprietário de um posto de combustíveis, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá.
 
Ele é apontado nas investigações da Operação Assepsia, deflagrada pelo Ministério Público em Mato Grosso e outros 11 estados, como suspeito de liberar dinheiro para a compra de uma decisão judicial que facilitaria a soltura de uma família, presa na operação Maya em 2011 por tráfico de drogas.
 
O Gaeco informou ao G1 que, além do dinheiro apreendido, uma cópia da decisão judicial que determinou a prisão da família em 2011 foi encontrada na residência do empresário. Segundo o coordenador do Gaeco, o promotor Marco Aurélio Castro, o documento apreendido "é um indício da ligação de Milton com o esquema criminoso".
 
O empresário, um estudante de Direito, um advogado e mais um servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) estão presos. Um suspeito ainda está foragido.
 
Além da análise do material apreendido, os promotores do Gaeco estão ouvindo os suspeitos. Até o momento, só o empresário de Várzea Grande ainda não prestou depoimento, o que deverá acontecer na manhã desta quinta-feira (11). Depois de ser ouvido, ele será transferido para a cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, onde responde a outra ação judicial.
 
Em janeiro deste ano, os integrantes da família presa conseguiram um habeas corpus em uma polêmica decisão dada por um desembargador, durante um plantão do tribunal. À época, o Ministério Público Estadual (MPE) chegou a fazer uma representação junto ao Conselho Nacional de Justiça contra a decisão. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) afirmou que se a fraude for confirmada, o advogado envolvido no esquema criminoso poderá ser excluído da entidade.
 
Entenda o caso
Para tentar obter a decisão em favor dos acusados, o grupo teria assediado um assessor jurídico da Vara Especializada contra o Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública.
 
Na primeira tentativa de negociação, o advogado investigado disse para a vítima que parte do R$ 1 milhão oferecido como propina seria destinada a um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), "para convencer o assessor a aderir à falcatrua, a pretexto de influir em decisão do desembargador em segunda instância", como diz trecho do inquérito conduzido pelos promotores Marco Aurélio de Castro e Arnaldo Justino da Silva, do Gaeco.
 
Ainda na tentativa de fazer com que o funcionário entrasse no esquema, o advogado também usou o nome de um então secretário municipal de Cuiabá e atual vereador da capital, "dizendo que ele era o articulador daquele negócio ilícito". Por causa disso, os acusados também devem responder pelo crime de exploração de prestígio e por corrupção. "Não tivemos nenhuma prova que pudessem comprovar qualquer participação dessas pessoas citadas pelos acusados", disse Arnaldo Justino.
 
A vítima contou ao juiz titular da Vara, José Arimatéia Neves Costa, que estava incomodado com o assédio que vinha sofrendo por parte de um advogado, de um bacharel em direito e até de um servidor do TJMT. O magistrado então o aconselhou a denunciar o crime ao Gaeco, como consta no inquérito do MPE. Ele recebeu as propostas por duas vezes, sendo que na primeira foi oferecido R$ 1 milhão e, na segunda, R$ 1,5 milhão.
 
"Esclareço que eu exigi que o meu assessor fosse procurar o Gaeco para esclarecer aquela informação, embora ele estivesse meio receoso e, com certa razão, de se envolver, mesmo que apenas como testemunhas numa futura investigação criminal", disse o magistrado, em depoimento ao MPE. Ele é uma das três testemunhas arroladas no processo. O magistrado informou, no entanto, que não foi procurado diretamente por ninguém.
 
As tentativas de suborno teriam sido feitas a mando de um proprietário do posto de combustível em Várzea Grande. O empresário, conforme o MPE, agia em conluio para a soltura dos traficantes. O maior beneficiado seria o suposto líder da quadrilha, que encontra-se foragido. Ele deixou a prisão em janeiro deste ano após o Tribunal de Justiça deferir habeas corpus em favor dele e de outros seis suspeitos de integrar o esquema.
 
Depois disso, a decisão beneficiando não só o pecuarista, mas outras seis pessoas, foi revogada. No entanto, todos encontram-se foragidos. Além das prisões, que foram efetuadas em Cuiabá, o Gaeco cumpriu outros mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Foram apreendidos computadores e documentos nas casas dos suspeitos.
 





Fonte: Do G1 MT

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