Prefeito de Cuiabá reclama da falta de informação gerencial e comemora a contratação de médicos
Mauro avança na Saúde e sofre com gestão
Há 100 dias à frente do Palácio Alencastro, o prefeito Mauro Mendes (PSB) ainda encontra dificuldades no que diz respeito ao modelo de administração em vigor na prefeitura. O socialista diz que conseguiu avançar em algumas áreas, contudo afirma que a ausência de ferramentas de gestão tem “emperrado” alguns trâmites.
“A prefeitura de Cuiabá é a maior empresa do município. São 15 mil funcionários, vinte secretários, enfim, cuida de enormes responsabilidades. E do meu computador como prefeito, não tenho nenhuma informação gerencial disponível”.
Para ele, isto comprova a “precariedade” na qual a prefeitura vinha sendo administrada. “Isso mostra o nível extremamente precário da gestão que temos aqui. As informações são localizadas nas secretarias, mas nenhum sistema integrado que possa permitir acesso online. Isso dificulta o controle, a gestão e a tomada de decisões”, enfatiza.
Aliada a isso, também veio a questão financeira. Mendes assumiu a prefeitura com quase R$ 1 bilhão em dívidas referentes a gestões anteriores e com apenas R$ 95 mil em caixa.
Apesar disso, Mendes afirma que foi possível botar em prática alguns dos projetos que tinha para Cuiabá. Entre eles, destaca os projetos desenvolvidos na área da Saúde, sendo a principal delas a recomposição do quadro de médicos nas policlínicas.
“Encontramos no dia 1º de janeiro 48 médicos trabalhando nas policlínicas, com um atendimento extremamente precário. Hoje estamos com 120, com o atendimento extremamente regularizado, salvas algumas eventualidades. Também fizemos o lançamento da efetiva construção da obra do pronto-socorro, com a definição da área, com a garantia política do aporte de recursos do Ministério da Saúde, do governo do Estado e da prefeitura. Temos também várias outras ações sendo desenvolvidas na área de infraestrutura. Já começamos a executar um grande programa de recuperação de asfalto em Cuiabá”, pontua.
O socialista também já enfrentou alguns embates políticos, principalmente com a Câmara Municipal, que elegeu um vereador de oposição para presidir a mesa diretora. Além disso, já passou por pressão popular em temas como o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e reajuste da tarifa de água.
O cientista político João Edisom de Souza acredita que este desgaste no início do mandato não afetou tanto o chefe do Executivo municipal. No entanto, afirma que a sua forma de se portar em determinadas situações mostra que “ele gosta de briga”.
Para ele, o fato de o socialista ter se surpreendido com a situação financeira da prefeitura fez com que ele segurasse as rédeas dos recursos públicos. “Ele demonstra um extremo controle no que diz respeito a contas, embora não tenha trabalhado com aumento. Um exemplo foi o levantamento das dívidas que ele determinou que fosse feito”.
Apesar disso, o cientista acredita que Mendes tem que trabalhar mais o seu lado político e se aproximar do governo do Estado. “Ele ainda é mais empresário do que político e precisa tratar isso”.
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